Irregularidades derrubaram o presidente da Câmara

A suspensão do procurador da Câmara Vereadores de Queimados do exercício de suas funções foi mantida pela Justiça, o que deu mais fôlego aos integrantes da comissão de inquérito aberta para apurar fraude no concurso realizado pela Casa em 2016, no qual o advogado Cassius Valério Teixeira da Silveira foi aprovado em primeiro lugar para a única vaga ofertada no certame para esta função. Para o vereador Adriano Moriê (PRP), que preside a CPI da fraude, a decisão judicial mostra que os trabalhos da comissão “estão no caminho certo”
O concurso foi realizado pela empresa G-Strategic Gestão, com o objetivo de preencher 10 vagas imediatas nas funções de auxiliar administrativo e de secretaria; gestor de patrimônio, procurador, recepcionista, redator de ata e tesoureiro. Ao todo foram inscritos 1.191 candidatos, 372 para a única vaga de procurador, cargo que tem vencimento de cerca de R$ 9 mil.
Cassius Valério perdeu para pelo menos sete candidatos em conhecimentos específicos, provas objetivas e discursivas, mas superou a pontuação deles na prova de títulos.
De acordo com a denúncia que resultou na abertura da CPI, ele teria usado um diploma falso de mestrado para poder ganhar mais pontos na prova de títulos e garantir a única vaga oferecida na função de procurador.
Salário dobrado – Além da CPI da fraude tem a comissão que investiga pagamentos ilegais ao advogado. Contra ele pesa também o fato de ter recebido sobre o salário uma gratifica mensal de R$18.749,91 autorizada pelo presidente da Casa, o vereador Milton Campos, que foi afastado do cargo em junho e renunciou a presidência na semana passada.
De acordo com os membros da CPI, o valor da gratificação supera o limite legal e ela não poderia ser concedida, porque o procurador estava em período probatório.
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