Tem ‘comunista’ no PL? Deputado estadual eleito pela sigla disputou mandato de vereador em Nova Iguaçu pelo PC do B

● Elizeu Pires

Anderson tentou ser vereador em Nova Iguaçu, concorrendo no PC do B dois anos antes de ser eleito deputado no PSL – Foto: Alerj

Durante a campanha eleitoral de 2018 a militância bolsonarista chamava de comunista, esquerdopata ou petralha qualquer um que ousasse fazer comentários que desagradassem aos bolsonaristas. Em tempos de PSL era assim nas ruas, nos bares, nas redes sociais, até nos lares, e por pouco não se chegava às vias de fato, e assim permanece nos dias de hoje.

Veio 2022 e os bolsonaristas foram reeleitos no PL, que passou a ter em seu bloco na Assembleia Legislativa do Rio, um “comunista”, que hoje incorpora outro personagem, o de conservador. Trata-se do deputado Anderson Moraes, o Anderson da Margareth (foto), que em 2016 disputou, pelo Partido Comunista do Brasil (PC do B), um mandato de vereador em Nova Iguaçu, sua terra natal. Ele concorreu com o número 65067 numa aliança com o PPS nominada “Unidos Pela Mudança”, obteve 2.184, e dois anos depois foi eleito pelo bolsonarismo.

Anderson – licenciado do mandato para comandar uma secretaria – nasceu em 1980, oito anos antes de sua mãe ter conquistado o primeiro mandato de vereadora em Nova Iguaçu. Ele é filho de Margareth Lydia de Moraes, que exerceu dois mandatos. O primeiro foi conquistado em 1988 pelo extinto PL, e em 1992 ela foi reeleita pelo PDT, e ficou conhecida pela lei que passou a obrigar os ônibus das linhas municipais a circularem de madrugada.

Então vamos lá. Se alguém é chamado de comunista simplesmente por não rezar pela cartilha bolsonarista, alguém que já concorreu pelo PC do B e migrou para legenda de direita pode ser assim classificada?

É claro que não. Porém, aos olhos dos extremistas qualquer um que não comunga de suas ideias é comunista e outras coisas mais…