● Elizeu Pires

Sentado na cadeira por força de uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), há exatos 13 dias, o prefeito de Itaguaí, Rubem Vieira de Souza, o Dr. Rubão (PSD), ficou assustado com o que encontrou na Prefeitura.
Em entrevista a uma emissora de rádio local, levada ao ar na última sexta-feira (27/6), Rubão desenhou um quadro nada animador. Segundo o que ele revelou, em menos de seis meses a gestão interina de Haroldo de Jesus, o Haroldinho da Reta (PDT) teria estourado o orçamento aprovado para o ano inteiro e inflado a folha de pagamento com a criação de cinco secretarias. “Quero entender em que foi gasto tanto dinheiro antes mesmo do meio do ano”, disse ele, que pediu 15 dias de prazo para arrumar a casa.
Na entrevista o prefeito confirmou o adiamento da Expo Itaguaí, evento que seria aberto amanhã (2) e terminaria dia 6. Segundo Rubão, a Prefeitura firmou os contratos com as atrações, empenhou as despesas, mas não pagou os 50% antecipados exigidos pelos artistas para segurar as datas dos shows. Ele anunciou que a festa vai acontecer ainda este ano. “Fizeram os contratos, tiraram os empenhos, mas não pagaram. Perderam as datas”, afirmou.
Pente fino – Preocupado com a situação encontrada o prefeito decidiu fazer uma auditoria em todos os contratos firmados na gestão de Haroldo, que pesou a mão nas despesas sem licitação. Rubão quer que seja passado um pente fino em cada contrato, para saber “onde foi gasto cada real nesses seis meses”.
Como já foi revelado, em exatos cinco meses e 16 dias como prefeito interino, o presidente da Câmara de Vereadores de Itaguaí, Haroldo de Jesus fez contratos sem licitação que somam mais de R$ 135 milhões. Em sua última semana no governo, por exemplo, foram feitas cinco adesões de atas que somam mais de R$ 25 milhões: uma de R$ 19,9 milhões para locação de estruturas para eventos. Três para aquisição de alimentos, nos valores de R$ 1.057.748,44, R$ 2.137.110,51 e R$ 1.308.038,52, além de uma para compra de material gráfico, no total de R$ 648.003,25.
Antes foram homologados contratos sem licitação nos valores de R$ 23.783.346,24, para mão de obra terceirizada; R$ 9.876.368,00, aquisição de uniforme escolar; R$ 15.744.374,79, serviços terceirizados; R$ 25.028.165,95, limpeza urbana; R$ 31.543.770,99, máquinas e caminhões, fora as inexigibilidades feitas para contratação de artistas, que somam mais de R$ 4,4 milhões.
*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria
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