“Jogo sujo na política não é novidade em Itaguaí e Rubão está experimentando do próprio veneno”, dizem por lá

● Elizeu Pires

Arquivo/PMI

Em uma sessão que varou a madrugada de 10 de julho de 2020, por 16 votos a 1 a  Câmara de Vereadores de Itaguaí cassou o mandato do prefeito Carlo Busatto Júnior, o Charlinho, e apeou também do cargo o vice Abeilard Goulart.

Poder Executivo vago, dias depois o então presidente da Casa, Rubem Vieira de Souza, o Dr. Rubão (foto), maior interessado na cassação, sentou na cadeira para poder concorrer, no cargo, a eleição daquele ano.

Venceu e colocou pé em cada na canoa, mandando nos dois poderes ao mesmo tempo. Como estava interessado em disputar um terceiro mandato em 2024, tratou de tirar do caminho quem seria o principal concorrente, o presidente da Câmara Gil Torres, que cometeu o erro de anunciar-se pré-candidato a prefeito cedo demais, irritando Rubão que tratou de logo de armar uma “casa de caboclo” para Gil, que não só perdeu o cargo de presidente como o mandato de vereador, e ficou à deriva.

Agora o troco – Rubão foi o mais votado para prefeito em 2024, mas não tomou posse. A cadeira ficou interinamente com o presidente da Câmara, Haroldo de Jesus, o Haroldinho da Reta, que tratou de dar o troco na mesma moeda. De aliado tornou-se adversário, de olho que estava na eleição suplementar, que já deveria ter sido marcada há muito tempo.

Passados seis meses de interinidade, Haroldinho voltou à Câmara porque uma liminar do STF deu o cargo de prefeito a Rubão, que fica na cadeira até que saia uma decisão final do Tribunal Superior Eleitoral, medida que irritou o ex-aliado, que tratou logo de abrir uma comissão processante para tirar Rubão da cadeira antes que o julgamento aconteca.

É por essas e outras situações que o município de Itaguaí passou a ser conhecido como terra do golpe, município da insegurança jurídica e do vale tudo pelo poder.