Ex-prefeito interino, presidente da Câmara de Itaguaí espera disputar a possível eleição suplementar, mas por qual partido?
● Elizeu Pires

Inconformado por ter sido obrigado a deixar a cadeira de prefeito, a qual vinha ocupando desde janeiro, o presidente da Câmara de Vereadores de Itaguaí, Haroldo de Jesus, o Haroldinho da Reta, montou comissão processante para tentar cassar o prefeito Rubem de Souza Vieira, Dr. Rubão (foto), e a coisa até que poderia estar correndo normalmente, não fosse o vazamento da gravação de uma conversa entre o ele e o ex-secretário Roberto Lúcio Guimarães, o Robertinho, na qual se pode ouvir claramente a intenção de armar um bote contra Rubão, cogitando-se “plantar” cocaína no carro do prefeito, palavras atribuídas ao ex-secretário.
Sobre a tal conversa o presidente disse que o conteúdo vazado foi tirado de contexto, mas isso não deverá ser suficiente para contornar as coisas por lá, pois o próprio partido de Haroldo se voltou contra ele.
Conforme foi revelado com exclusividade na matéria Em cabo de guerra com o prefeito, presidente da Câmara de Itaguaí leva bola nas costas do próprio partido, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, ingressou no STF com petição para atuar como assistente no processo que tramita contra a comissão processante instalada pela Câmara contra Rubão, que, como consta da petição, está filiado ao partido pelo qual Haroldinho pretendia disputar a eleição suplementar que poderá acontecer em Itaguaí se o plenário do Tribunal Superior Eleitoral (STF) decidir pela manutenção do indeferimento do registro de candidatura de Rubão, que concorreu sub judice no pleito de 2024.
Com a entrada de Rubão na legenda comandada por Carlos Lupi, Haroldinho saiu perdendo e não deverá ter vaga no partido para candidatar-se a prefeito se a votação suplementar for mesmo marcada.
O entendimento é de que Haroldo de Jesus terá de buscar abrigo em outro partido, mas a legislação é muito clara quando diz que para concorrer a qualquer cargo eletivo é necessário ter, no mínimo, seis meses de filiação partidária, o que será um complicador e tanto para o presidente da Câmara, se o pleito suplementar for marcado ainda para este ano; e tem mais: se sair do PDT ele pode ser alvo de uma ação por infidelidade partidária, o que lhe tiraria o mandato de vereador em caso de condenação.
O que a situação verificada no conturbado município de Itaguaí mostra, é que Haroldinho se apegou a um cargo para o qual não foi eleito e o quer de volta ainda que indiretamente, colocando nele um aliado seu, no caso o vice Junior do Sítio, que foi secretário de Eventos no governo interino.
*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria
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