● Elizeu Pires

Em outubro de 2023, por ter manifestado antes da hora a vontade de disputar a Prefeitura, o então presidente da Câmara de Itaguaí, Gil Torres, caiu em desgraça com o prefeito Rubem Vieira de Souza, o Dr. Rubão (Podemos) e se deu mal: foi alvo de uma repentina comissão processante e perdeu, além do comando da Casa, o mandato de vereador.
Passados quase dois anos desde a derrubada de Torres, mais um presidente do Legislativo itaguaiense entra na mira de Rubão, que por não ter, ainda, maioria na Câmara, resolveu apelar ao Supremo Tribunal Federal para tentar anular a eleição da mesa diretora na qual seu ex-aliado, Haroldo de Jesus (PDT) foi escolhido presidente.
Rubão apresentou no STF uma reclamação contra a recondução de Haroldinho da Reta, como o presidente da Câmara é mais conhecido na cidade, ao comando da Casa para o biênio 2025/26, mas seu pedido de liminar teve provimento negado nesta quarta-feira (13) pelo ministro Edson Fachin, que entendeu que o processo deveria ter sido ajuizado inicialmente na Comarca local, considerando a ação imprópria para a Suprema Corte.
Rubão e Haroldinho se tornaram adversários assim que o presidente da Câmara assumiu interinamente a Prefeitura, em janeiro deste ano, mas evoluíram de adversários para inimigos quando Haroldinho, contrariado por ter de deixar o cargo livre por conta de uma decisão monocrática do ministro Dias Toffoli em favor de Rubão, abriu uma comissão para investigar possíveis irregularidades e cassar o prefeito.
Essa queda de braços, na verdade, representa uma espécie de vingança de Gil Torres, um troco indireto a ser dado em Haroldinho por Torres, que foi cassado para dar lugar a Haroldo, que agora tornou-se alvo do mesmo político que, por ter, à época, apoio da maioria dos membros da Câmara, o entregara a presidência da Casa.