Deputado usa afastamento do prefeito de Queimados para fazer campanha na cidade, atacando Rogério Lisboa
“O deputado Max Lemos resolveu usar a tribuna da Assembleia Legislativa e o afastamento do prefeito Vilela para antecipar a campanha para a Prefeitura de Nova Iguaçu”. Pelo é desta forma que algumas lideranças políticas da Baixada Fluminense interpretaram a fala de Max, na qual acusou, nesta quinta-feira (10), o prefeito Rogério Lisboa de ter orquestrado o afastamento de Carlos Vilela, decidido pela Câmara de Queimados, se encontrando com parte dos vereadores que votaram pelo afastamento.
O discurso de Max, na visão de lideranças, foi um ataque frontal ao prefeito de Nova Iguaçu. “Não vi nisto uma defesa de Carlos Vilela. Ouvi sim, disparos contra Rogério Lisboa, a quem o deputado está chamando para briga, a fim de colher dividendos políticos”, disse há pouco uma liderança da região.
Se o deputado escolheu o prefeito de Nova Iguaçu como culpado, em algumas rodas políticas se comentava hoje que o próprio Max – que esteve reunido com o grupo responsável pela CPI instalada contra Vilela no dia anterior ao da sessão –, pode vir a ser beneficiado pelo afastamento, que, mesmo que seja por apenas mais um dia, terá somado força suficiente para abrir caminho para que o irmão do deputado, o secretário de Educação Lenine Lemos, dispute a sucessão de Vilela, que até poucos dias vinha dizendo que não iria concorrer a mais um mandato, mas mudou de ideia, o que teria contrariado, além de Max, seu irmão e o vice-prefeito Carlos Machado.
A expectativa é de que a decisão da Câmara de Vereadores venha ser derrubada na Justiça ainda nesta sexta-feira, mas o afastamento, segundo pessoas próximas a Vilela, pode ter causado abalo emocional suficiente para fazê-lo desistir do pleito de 2020, o que acabaria favorecendo uma possível candidatura do irmão do deputado.
Questionado sobre a acusação de Max, Rogério Lisboa disse que não faz política deste jeito e que é de uma escola diferente, na qual não se permite o jogo sujo.
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