Rubão de teimoso a estrategista; comentam sobre ele nos ambientes jurídicos e políticos fluminenses

● Elizeu Pires

Foto: Reprodução/redes sociais

Quando, na última quinta-feira (28), foi retirado de pauta um processo originário do estado da Paraíba – que, no entender de alguns juristas, pode gerar jurisprudência sobre o terceiro mandato –, o prefeito de Itaguaí, Rubem Vieira de Souza (foto), conseguiu a segunda vitória da semana no Supremo Tribunal Federal (STF), que um dia antes havia derrubado uma esquisita comissão processante instalada contra ele pelo presidente da Câmara de Vereadores, Haroldo de Jesus, o Haroldinho da Reta, que parece ter se apegado demais à cadeira de prefeito durante uma interinidade de cinco meses e 16 dias. Porém, a coisa, em termos de vitória, pode ter ido muito mais além do ganho de tempo no cargo, o que o ele vem obtendo com as entradas e saídas de pauta de seu processo.

Rubão novamente prefeito, para muitos dos caros advogados que operam Brasil a fora, é um caso perdido. Só que não é o que está parecendo. A defesa dele entrou na até então causa perdida, conseguiu garantir a presença de Rubão nas urnas, e, uma vez lá, ele cuidou de fazer a sua parte. Foi o mais votado.

Já tomar posse seria outra coisa, mas ele conseguiu isso no dia 17 de junho, graças a uma liminar concedida pelo ministro Dias Tofolli, o que o está mantendo no cargo até o julgamento do caso da Paraíba, o que vai, então recolocar em pauta, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o recurso que pode derrubar ou levantar Rubem Vieira de Souza de vez.

Mas é só isso? Não! Rubão, em análise mais rasa, se saiu um grande vencedor. A nível local ganhou a queda de braço com o ex-interino que quer uma cadeira a qual não conquistou por voto, e está forte o suficiente para lançar o sucessor numa possível eleição suplementar. Só que tem mais. A nível estadual estaria cacifado para concorrer a um mandato de deputado, seja lá federal ou estadual, e pelo que corre nos ambientes de poder na capital fluminense, o que não lhe faltaria é convite para tal.

Quando Rubão insistiu em ser candidato a prefeito em 2024 contra uma legislação que é muito clara e foi acatada no juízo eleitoral local, no TRE, e até já por alguns membros do TSE, pareceu teimoso e inconsequente, mas o fato é que estava preparado para enfrentar o que viesse. Praticamente mudou-se para Brasília, onde peregrina de gabinete em gabinete, numa bem entrosada estratégia, e o que vier, a partir disso, politicamente falando, terá sido lucro.