● Elizeu Pires

Publicado nesta terça-feira (28) pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, o acórdão do processo que resultou na cassação do vereador de Casimiro de Abreu, Pedro Igor Gadelha por compra de votos, trouxe a esquisita alegação que o assessor de gabinete da Secretaria Municipal de Saúde e cabo eleitoral do parlamentar, Glauco Pereira da Penha – com quem os fiscais do TRE encontraram dinheiro, material de campanha e uma lista com nomes e números de títulos de eleitor –, fez em sua defesa. Ele disse que o dinheiro (R$ 2.400 em notas de R$ 50 e R$ 100) que estava em seu poder seria destinado ao pagamento de uma aposta sobre o resultado da eleição.
Glauco foi flagrado no dia da votação usando um motocicleta que, segundo foi apurado, está registrada em nome da esposa de Gadelha. “Na instrução, restou demonstrado que: (a) a motocicleta que estava na posse do assessor parlamentar do vereador, liderança da campanha, é de propriedade da esposa do candidato, que seria a responsável por armazenar a grande quantidade de santinhos no bagageiro do veículo; (b) a lista manuscrita de eleitores teria sido produzida por cabo eleitoral da campanha e assessor de gabinete da Secretaria Municipal de Saúde, que foi ocupada pelo postulante, nomeado em seguida à desincompatibilização do cargo de Secretário para participar do pleito; (c) A referida lista teria sido depositada no bagageiro, por sua vez, pelo coordenador da campanha”, diz um trecho da decisão.
O documento, que aponta ainda que “a apreensão de santinhos de candidato, lista de eleitores com dados detalhados e quantia expressiva em dinheiro em espécie, em posse de assessor e coordenador de campanha em dia de eleição, somada à proximidade dos envolvidos com o candidato beneficiado, demonstra a presença dos requisitos estabelecidos pelo TSE e configura a captação ilícita de sufrágio”.
Conforme já foi revelado, por cinco votos a dois, no último dia 16, o TRE decidiu manter a sentença do Juizo da 50ª Zona Eleitoral, que tira o mandato do vereador Pedro Igor Gadelha (União Brasil), e determinou o retorno do processo ao Fórum de Casimiro de Abreu, dando prosseguimento na ação de investigação eleitoral apurar a suposto abuso de poder econômico em relação ao prefeito Ramon Gidalte e seu vice, Marquinho da Maquina Mecânica, uma vez que o material apreendido no dia das eleições e que serviram de embasamento para o processo que tira Gadelha do mandato, tinha os nomes dos então candidatos a prefeito e vice.