Empresa tem como atividade principal o comércio de alimentos, mas também faz obras
● Elizeu Pires
Aberta em novembro de 2014, a G&M Empreendimentos e Serviços tem, segundo seu cadastro na Receita Federal, o comércio atacadista de alimentos como atividade principal, mas se alguém precisar pode contratá-la para construir uma praça ou até mesmo uma elevatória para estação de tratamento de esgoto, como foi feito pela Prefeitura de Casimiro de Abreu. A empresa está registrada em nome de Guilherme de Oliveira Macabu, que seria genro da secretária de Comunicação Social, Renata Sarzedas e do chefe de Transportes da Secretaria de Administração, Charles Magno. Os contratos com a G&M somam mais de R$ 820 mil e, na opinião de quem entende do riscado, ferem a Lei Orgânica no município, o que parece não incomodar o prefeito Paulo Dames, que demonstra confundir a administração pública com núcleo familiar quando vai à Justiça tentar reverter decisões contra a nomeação de parentes seus em cargos no governo.
O faturamento da G&M na Prefeitura de Casimiro de Abreu começou com tímidas dispensas de licitações, uma de menos de R$ 500, mas foi aumentando até chegar a R$ 521.136,91, valor de uma licitação homologada no dia 26 de dezembro, para “implantação da estação elevatória de esgoto no bairro Perimetral Leste, reformas na estação e elevatória de esgoto principal e melhorias operacionais e de segurança na ETE de Casimiro de Abreu”. Os serviços foram contratados pela autarquia Águas de Casimiro, que é presidida por Luiz Gomes Ferreira Júnior. O segundo também foi assinado em dezembro e soma R$ 183.330,18. O objeto é a construção de uma praça na localidade de Professor Souza.
Os objetos contratados pela Prefeitura junto à empresa variam entre venda de alimentos, materiais de limpeza, alevinos e comidas para peixes, além de material de informática, mas a G&M é imbatível mesmo é na Água de Casimiro, antigo Serviço Autônomo de Águas e Esgoto (Saae), onde também ganhou uma licitação de R$ 48 mil para “aquisição e instalação de quadro de comando elétrico em único painel metálico contendo três chaves de partida tipo soft starter com CLP para acionamento automático de três conjuntos de moto-bomba”, material que a empresa certamente não tem em sua sede na cidade, não fabrica e que por sua vez terá de adquirir de um terceiro, o que acaba onerando o custo final.
Com o ex-Saae a empresa também teve firmado outros três contratos, um de R$ 7.916 para material de limpeza e alimentos; outro de R$ 6.783,80 para fornecer brindes selecionados e um de R$ 24.630,00 com especificação genérica: “aquisição de máquinas e equipamentos para suprir as necessidades das Estações de Tratamento de água, de esgoto e setor de Redes e Ramais”.
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