
Defesa do multilateralismo no âmbito do G20 como caminho para a solução dos problemas globais. Discussões sobre ferramentas para reduzir desigualdades e a insegurança alimentar. Debates sobre os usos e desafios diante da inteligência artificial, da transição energética, do uso de minerais críticos e do trabalho decente. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez neste domingo, 23 de novembro, em Joanesburgo, um balanço de sua passagem pela Cúpula do G20, na África do Sul.
Na conversa com jornalistas, Lula também celebrou o resultado da COP30, concluída neste sábado, 22 de novembro, em Belém (PA), com um texto final homologado em consenso pelas 195 partes e o anúncio de novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) por 122 nações.
“Se alguém imaginou que poderia enfraquecer o multilateralismo, esses eventos, tanto da COP quanto do G20 aqui na África do Sul, demonstram que o multilateralismo está mais do que vivo”, comentou Lula, que também lançou olhar sobre a geopolítica no Caribe e anunciou que o acordo entre Mercosul e União Europeia será assinado em dezembro.
Ao longo dos dois dias de evento, o líder brasileiro teve espaço de fala em três sessões formais do G20, realizou encontros bilaterais com mandatários de Alemanha, África do Sul, Turquia, Coreia do Sul, Canadá, Etiópia e com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom, além de participar do encontro de Cúpula do Fórum de Diálogo Índia-Brasil-África do Sul, o IBAS. Da África do Sul, Lula segue para visita a Moçambique.
É importante ter em conta que nesses últimos 15 meses, o Brasil teve a árdua tarefa de organizar três fóruns extremamente importantes. O primeiro começou com o G20 no Rio de Janeiro, um êxito extraordinário. Depois o BRICS, também no Rio de Janeiro, que foi outro fórum extraordinário. E a COP em Belém, o que demonstra que o Brasil está mais do que preparado. Foram todos eventos de muito sucesso e estou feliz porque eles significam a sobrevivência e o fortalecimento do multilateralismo.
Estou muito satisfeito com o sucesso da COP em Belém. Aqueles que imaginavam que Belém não estava preparada, que não ia dar certo, a COP foi um sucesso extraordinário e tenho certeza de que as pessoas que foram, que tiveram a oportunidade de conhecer a cidade, de conhecer a culinária de Belém, devem ter voltado maravilhados. Quem não fez isso, se arrependeu.
Quando nós introduzimos a discussão sobre o Mapa do Caminho (para o fim do uso de combustíveis fósseis, na COP30), sabíamos que era um tema polêmico. O que conseguimos foi começar um debate sobre uma coisa que todo mundo sabe que vai ter que acontecer. Se é verdade que os combustíveis fósseis são responsáveis por mais de 80% da emissão de gás de efeito estufa, é verdade que precisamos dar solução nisso. No caso do Brasil, estamos dando melhor que qualquer outro país, com a introdução de 15% de biodiesel no óleo diesel e 30% de etanol na gasolina. Outros países podem fazer isso. Por exemplo, o continente africano, que precisa se desenvolver e gerar emprego, pode ser grande produtor dessa matéria-prima para exportar aos países que não têm onde plantar, como a União Europeia. Então o que colocamos é o seguinte: é possível.
(Via Secom/Presidência da República)