Prefeitura de Araruama dá calote em fornecedor de remédio que vende mais barato
Um frasco de soro fisiológico com 500 ml custa hoje, no varejo, R$ 2,19 e pode ser encontrado, em algumas farmácias até por R$ 1,90, mas a Prefeitura de Araruama teria pago R$ 6, no atacado, pelo produto adquirido de um fornecedor contratado no início do ano passado em processo de licitação que, junto com outros cinco, está sendo investigado pelo Ministério Público. O fornecedor é a empresa Medicaf que, durante o período em que o prefeito MIguel Jeovani (PR) ficou afastado por ordem da Justiça, foi substituída por decisão do vice-prefeito Anderson Moura, que passou a adquirir medicamentos e materiais básicos a preços menores, com a diferença variando entre 40% e 60%. Entretanto, essa mudança e a economicidade gerada pela troca de fornecedor parece mão ter agradado ao prefeito, que assim que retornou ao cargo suspendeu os pagamentos, o que não fazia em relação às faturas apresentadas pelo fornecedor mais caro.
De acordo com uma fonte do governo, o processo do fornecedor mais em conta é o último de uma pilha de dezenas de pagamentos pendentes, uma situação muito diferente da verificada durante o ano passado, quando os processos da Medicaf tramitavam em tempo recorde. “Se tem alguma empresa que não pode reclamar da gestão de Miguel Jeovani são a Medicaf e a Alpha. Os processos dessas duas tinham prioridade”, disse a fonte, referindo-se a empresa Alpha Terraplanagem, de propriedade do empresário Elson da Silva Filho, que faz companhia a Miguel em Ação Civil Pública por Ato de Improbidade Administrativa impetrada pelo Ministério Público. O MP aponta “graves irregularidades no procedimento licitatório para a locação de veículos e equipamentos visando à manutenção de vias e logradouros públicos do município de Araruama”, pelo qual a Alpha foi contratada por R$ 3.093.165,12, em caráter emergencial.
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