Saúde agoniza em Araruama

Miguel Jeovani parece perdido

Funcionários são obrigados a comprar água e material de limpeza

O município de Araruama acaba de completar 156 anos de emancipação político-administrativa e até teve festa, mas, para as algumas lideranças comunitárias locais a população não tem motivo algum para comemorar, pois o prefeito Miguel Jeovani (PR), segundo entendem, “mergulhou a cidade em um imenso buraco chamado caos”. Araruama está com sérios problemas no setor de saúde, mas parece que isso não incomoda em nada o prefeito e os responsáveis pela rede de atendimento médico, que têm deixado faltar até o básico. O descaso é tanto que os médicos lotados nas unidades do programa Estratégia Saúde da Família (ESF), só atendem os pacientes que estão em condições de irem aos postos, pois falta combustível para as visitas em casa.

Segundo a agente comunitária e integrante do Conselho Municipal de Saúde, Rosilea Teixeira Siqueira, além da falta de condições de trabalho os servidores do setor se sentem desmotivados pelo baixo salário e ficam bastante incomodados com o fato de não receberem seus vencimentos junto com os demais funcionários da Prefeitura, mas o que revolta é a falta de medicamentos e material de consumo.

Segundo ela, na Saúde não tem uma data certa para o pagamento e os 20% de insalubridade não são observados, mas para ela isso é o de menos diante da situação de abandono a qual a saúde pública de Araruama foi relegada. “A questão é muito maior que salário. Muitos setores ainda funcionam porque os funcionários compram material do próprio bolso. É papel ofício para os médicos usarem como receituário, é material de limpeza, água e até papel higiênico. Os funcionários estão tirando do próprio bolso para amenizar a situação”, afirma Rosilea.

Apesar da falta de condições de trabalho e da precariedade com que as unidades estão funcionando, o prefeito Miguel Jeovani diz que só em 2013 foram gastos mais de R$ 30 milhões na manutenção da rede. “Resta saber em que isso foi gasto, pois isso aqui é uma vergonha”, diz um médico que atua no Hospital Municipal de São Vicente.

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