Lideranças locais temem interferência de correntes `estrangeiras´

Na mira de grupos políticos de fora, o município de Guapimirim deverá ter pelo menos quatro candidatos a prefeito em 2016, nomes locais, mas pelo menos uma dessas candidaturas já estaria sendo abanada por correntes de Duque de Caxias e São João de Meriti, apoio sustentado por interesses meramente mercantis, no entender dos observadores mais antenados. “Estamos cansados das interferências. Não precisamos de mais um fantoche. Queremos é um prefeito de verdade, alguém com compromisso apenas com o povo”, diz uma liderança local,  revelando temer o futuro.

Eleito com o menor percentual de votos já conferido a um prefeito na cidade, o atual gestor é visto como um governado e não como governante. Na opinião de muitas lideranças Marcos Aurélio Dias não tem vida própria e não pode ser considerado dono de suas ações. “Um prefeito tem que ter voz ativa, tem que dar a última palavra e não é isso que temos visto em nosso município nos últimos três anos. O Marquinhos pode ser uma excelente pessoa e estar cheio de boas intenções, mas não tem força nenhuma. É o dono da caneta, mas não da mão que escreve com ela. O maior exemplo disso está no fato de alguns secretários fazerem o que bem entendem”, completa outra liderança.

Apesar de faltar muito tempo para a realização das convenções que homologarão as candidaturas, partidos e líderes partidários se movimentam em várias direções, mas a maior preocupação hoje é com o segundo colocado nas eleições de 2012, Jocelito Pereira de Oliveira, o Zelito Tringuelê, que praticamente já colocou o bloco na rua, embora o carnaval ainda esteja longe. “Não há como não se preocupar com ele. Pode não ser considerado o nome ideal pelos grupos políticos locais, por agradar mais a correntes estranhas ao município, mas por pouco ele não venceu em 2012 e se bobearmos ele acaba levando a próxima”,  diz um aliado do governo.

Mau das pernas por conta de denúncias de irregularidades e da individualidade de alguns secretários, o atual prefeito não poderá ser candidato em 2016 e dificilmente conseguirá encontrar alguém que queira o seu apoio direto. “Ninguém hoje iria querer o prefeito ao seu lado no palanque, mas todos gostariam de ter o apoio do governo. A máquina é a máquina e será sempre uma locomotiva, mas a pessoa do prefeito atrapalharia muito hoje. Não sei daqui até as convenções, mas hoje eu, se fosse candidato, não iria querê-lo ao meu lado pedindo votos nas ruas”, completa outra liderança.