Meriti: GM Fonseca tem apenas um caminhão

Dono de empresa contratada por mais de R$ 7 milhões pela Prefeitura diz que não tem frota e que só recebeu 15% do valor total empenhado

     Contratada no dia 7 de julho de 2013 pelo total de R$ 7.434.024,00 para locar tratores, retro-escavadeiras e caminhões caçamba à Prefeitura de São João de Meriti, a empresa GM Fonseca 6768 Comércio e Distribuidora não tinha condições financeiras para garantir o objeto do contrato sem o pagamento em dia das faturas por parte da administração municipal, pois não tem a frota necessária e alugava as máquinas e os caminhões contratados para relocá-los ao município. Isso está claro nos esclarecimentos prestados na noite de ontem, via e-mail, por Jorge Luiz Pacheco, dono da empresa. Segundo Jorge, o contrato não foi cumprido integralmente porque ele não possuía capital de giro.

     

      Jorge Luiz afirmou ainda que não declarou a participação societária em 2012 à Justiça Eleitoral porque ele ainda não era sócio da empresa e que realmente não tem condições de comprar as máquinas e os caminhões exigidos no contrato, mas é dono de um caminhão caçamba modelo 2013, adquirido através de financiamento a ser quitado até 2018. Ainda de acordo com Jorge, ele recebeu apenas 15% do total do contrato, o que teria sido suficiente para honrar os compromissos com os terceirizados (os donos equipamentos alugados por ele e colocados para prestarem serviços ao município) e dispensá-los. Sobre a localização da empresa ele afirma que o endereço atual é o número 302 da Rua Marechal Floriano Peixoto, com contrato de locação vigente. Entretanto, esse endereço fora visitado na última sexta-feira e na vizinhança a informação era de que não havia nenhuma empresa de transportes de carga ou mercearia por ali.

       A contratação de uma empresa por parte do poder público deve ser cercada de precauções, o que parece não ter acontecido nesse caso, uma vez que a GM Fonseca, por não ter capital de giro, dependia dos pagamentos das faturas em dia para prestar o serviço e os atrasos alegados por Jorge Luiz acabaram por inviabilizar o cumprimento do contrato. Os atrasos são comuns na administração pública, mas nem por isso as empresas dispensam um processo de licitação.

       Cabe agora ao prefeito Sandro Matos esclarecer porque homologou um contrato de quase R$ 7,5 milhões com uma empresa sem saúde financeira para cumpri-lo, o que foi dito pelo próprio dono da GM Fonseca, ao afirmar que não tinha capital de giro para honrar com o objeto contratado.

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