APA de Guapimirim volta a respirar

Oito hectares de manguezal serão recuperados

 Um dos principais santuários ecológicos do estado, a APA de Guapimirim está em processo de recuperação e já pode começar a respirar, graças ao trabalho que vem sendo pela ONG Guardiões do Mar que, através do projeto Uçá, já conseguiu realizar o plantio de mudas de plantas típicas do mangue. A recuperação equivale a cerca de quatro hectares que estavam devastados e a expectativa dos especialistas é que, em poucos meses, boa parte do manguezal já estará coberta e reflorestada. Na semana passada biólogos e engenheiros florestais começaram a acompanhar o crescimento dessas mudas, que irão devolver a essa parte do manguezal o seu papel de oxigenação naquele habitat.

O projeto Uçá foi criado pela ONG Guardiões do Mar e tem o patrocínio da Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental. Além de estudar o real impacto da poluição nos manguezais, o Uçá projeto prevê o replantio de oito hectares na Área de Preservação Ambiental. O estudo, realizado pelos especialistas da ONG, inclui ainda a avaliação do impacto da poluição causada pelo homem para uma espécie que sobrevive nos manguezais e que é fonte de renda de muitos catadores: o Ucides cordatus, ou caranguejo Uçá, cada vez mais escasso na Baía de Guanabara.

O Uça foi iniciado em julho do ano passado e realiza pesquisas de campo na Baía de Guanabara, avaliando as condições de sobrevivência do caranguejo e promovendo um levantamento da costa marinha dessas regiões. Os biólogos e engenheiros florestais estão fazendo a identificação da fauna e em que condições se encontra. Os pesquisadores abriram duas frentes até o momento. As saídas de campo para realizar o estudo científico sobre a situação do caranguejo, incluindo os filhotes e larvas, e capina de vegetação exótica.

Para o replantio, foram coletados sementes das três principais espécies vegetais de manguezal: Rhizophora manglee, Laguncularia racemosa e Avicenia schauerianna, os chamados mangue preto, vermelho e branco, respectivamente. Nos próximos meses, os especialistas vão acompanhar o diâmetro do caule, altura da muda, desde a base até a última folha, e avaliar de que forma as mudas estão se adaptando ao ambiente. As novas espécies foram plantadas com um espaçamento de cerca de 2×2 metros.

“A maioria das pessoas não tem a menor ideia da importância dos manguezais para o ecossistema. Acham bonito falar de mangue, mas não entendem a real importância. Estamos estudando e recuperando áreas degradadas e, além de passarmos a mensagem de educação ambiental para jovens e crianças que passam a ser multiplicadores, estamos realizando parcerias com escolas, secretarias de Meio Ambiente e Educação. Essas parcerias são fundamentais para ampliarmos esse leque e fortalecer a consciência ambiental”, explica Pedro Belga, presidente da ONG Guardiões do Mar. 

Comentários:

  1. O Projeto Caranguejo Uçá atua na área de Educação Ambiental em Maricá, Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Guapimirim e Magé. Além disso, implementamos, a partir de outubro, política pública, com cursos de formação continuada com temas “Conservação de Recursos Naturais, “Consumo e Consumidor Consciente” e “Eficiência Energética”. Contamos com parcerias do ICMBio APA/ESEC Guapimirim, Secr Estadual de Educação, Secr Mun de M Ambiente de Magé e Agenda 21 de São Gonçalo.

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