Magé completa 452 anos e quer o futuro de presente

A história do município começou a ser contada em 1565

“Magé já teve o melhor carnaval do estado, isso e aquilo mais”, dizem os saudosistas e só os que nasceram depois da metade dos anos 80 não chegaram a ouvir a música operária ecoando dos teares das fábricas de tecidos, que, nos bons tempos, empregavam cerca de oito mil pessoas. Hoje o maior empregador é a Prefeitura, que também já viveu dias melhores financeiramente falando. Na próxima sexta-feira (9) Magé estará completando 452 anos de fundação e o grande presente que se deseja é a certeza de um futuro melhor, o desenvolvimento de verdade, com indústrias gerando emprego e renda; as belezas naturais exploradas de forma sustentável com a fomentação do turismo, assim como o patrimônio histórico e a própria história, que começou a ser escrita em 1565. Aos 37 anos, Rafael Santos de Souza é o governante atual e a ele cabe cuidar para que a cidade não volte a ser manchete de forma negativa, como ocorreu por várias vezes, com alguns membros família Cozzolino aparecendo em destaque.

Com 236 mil habitantes – segundo o IBGE – e mais de 330 mil de acordo com a estimativa da Prefeitura, a agricultura é o único setor em ascensão no município, destaque diante uma indústria pequena e de pouca expressividade econômica. A maior fábrica da cidade é uma voltada para a produção de tubaínas, que também já foi bem mais expressiva. Atualmente são cerca de mil agricultores familiares e estes vêm fazendo a diferença desde 2012, quando passaram a receber mais apoio da administração municipal, o que vem sendo mantido e ampliado pela atual gestão. “Posso falar com muita propriedade sobre a agricultura porque sou produtor rural, vivo no campo e sei que o estado do Rio é o segundo maior consumidor do país, mas nós só produzimos 0,3% desses alimentos e somos o segundo maior consumidor do país. Temos investido muito no cuidado com a parte rural, e estamos criando a primeira uma Área de Proteção Agrícola, que já inserimos no Plano Diretor para que a expansão urbana não ocupe a zona rural”, diz o prefeito.

Além do excesso de postos de cobrança de pedágio, o desenvolvimento econômico de Magé é dificultado pelo fato de as melhores áreas para instalação de indústrias estarem em mãos de um pequeno grupo que costuma supervalorizar demais o metro quadrado, como se em suas vastas extensões existissem jazidas de ouro. As áreas públicas são poucas e a municipalidade não dispõe de recursos para fazer as desapropriações.

Porém, se há dificuldades, também existe esperança e ela está depositada nas obras de duplicação da Estrada Magé-Manilha, um trecho de 25 quilômetros da BR-493, que já começou a chamar a atenção de empreendedores, de empresas que querem garantias de um melhor escoamento de suas produções a partir do maior investimento viário da história da Baixada Fluminense, a construção do Arco Metropolitano, projetado para ligar o Complexo Petroquímico de Itaboraí à Itaguaí. 

O trecho é o único que falta para completar o projeto e tudo indica que o fim das obras venha marcar início de um novo ciclo para Magé, se os poucos donos das áreas disponíveis para abrigar as indústrias colaborarem pelo menos um pouquinho. Na verdade o Arco Metropolitano começou a render frutos para a economia fluminense antes mesmo de sua inauguração.  Até o final de 2015 gigantes como Coca-Cola, Bunge, Procter & Gamble, Piraquê e Brasilit, que escolheram a Baixada Fluminense para instalar novas fábricas já haviam destinado R$ 1.3 bilhão e, segundo dados da Companhia de Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro (Codin), 25 empresas estão gerando 3,3 mil empregos diretos no entorno do arco, entre elas a Rolls Royce, Niely, Deca e a Ciferal em um raio de 58 quilômetros.

 

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