Ocupação de leitos por covid-19 no Rio está perto do limite

Cerca de 300 pacientes aguardam transferência para UTIs

A taxa de ocupação de leitos na rede estadual de hospitais no Rio está perto do limite. Com exceção do Hospital Regional Zilda Arns, em Volta Redonda, no sul fluminense, e do Hospital de Campanha Lagoa-Barra, no Leblon, zona sul do Rio, todos os outros leitos destinados ao tratamento da covid-19 estão ocupados. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES), o Zilda Arns tinha ontem (28) taxa de ocupação de 80% na enfermaria (com 149 vagas, no total) e 79% na UTI (que tem 80 vagas, no total). Já no Lagoa-Barra, 28 dos 30 leitos de UTI estão ocupados.

A secretaria informou ainda que, para reduzir o impacto da elevada ocupação, tem feito a rotatividade de vagas (ocasionadas por altas e óbitos), além de reservas técnicas de leitos para pacientes já internados que possam ter o quadro clínico agravado e, portanto, necessitem de UTIs. Em toda a rede pública, 317 suspeitos ou confirmados de coronavírus aguardam transferência para leitos das unidades de tratamento intensivo, que podem ser regulados não só para a rede estadual, mas também para a municipal ou a federal.

Leitos –  Atualmente, 73% dos leitos de enfermaria nas unidades da rede estadual e 85% dos de unidade de terapia intensiva (UTI) estão ocupados para todas as doenças, não apenas a covid-19. Há pouco mais de duas semanas, as taxas eram de 41% e 63%, respectivamente. A rede estadual tem atualmente 2.347 pacientes internados.

Foram abertos em todo o estado do Rio de Janeiro, até o momento, 724 novos leitos para tratamento de pacientes suspeitos ou confirmados da covid-19. Entre eles, 572 são em hospitais de referência para o tratamento de coronavírus, sendo 287 UTIs e 285 enfermarias.

Hospital de campanha – Os próximos leitos que entrarão na rede estadual são os do Hospital de Campanha do Maracanã, na zona norte da cidade, que tem previsão de inauguração nos primeiros dias de maio. A unidade terá 400 leitos, 80 deles de UTI. Além disso, a secretaria trabalha com a previsão de mais 1.400 leitos, referentes a outros sete hospitais de campanha, e uma estrutura modular que serão inaugurados, de forma gradativa, ao longo do mês que vem. As inaugurações vão ocorrer de acordo com a evolução da pandemia.

Rede federal – Na quarta-feira (22) passada, a juíza Carmen Silva Lima de Arruda, da 15ª Vara Federal do Rio, determinou a liberação de leitos de UTI nos seis hospitais federais do Rio de Janeiro. O prazo para o cumprimento da medida terminou ontem. A juíza se reuniu por meio virtual com o superintendente do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro, Jonas Roza, e com o defensor público da União Daniel Macedo para discutir a orientação. O Ministério da Saúde, em resposta à Agência Brasil, informou que só se pronuncia no processo.

O uso de leitos dos hospitais federais para desafogar as outras unidades de saúde da rede estadual e municipal, no entanto, já vem ocorrendo. O Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE), desde o final do mês de março, recebeu cerca de 60 pacientes das redes municipal, estadual e federal. Lá não há tratamento da covid-19, mas a liberação para receber pacientes com outros tipos de tratamento permite que os leitos que integram as redes estadual e municipal possam ser destinados à doença. De acordo com o Ministério da Saúde no Rio, os hospitais Municipal Ronaldo Gazolla e o Federal de Bonsucesso foram as unidades que mais transferiram pacientes para o HFSE. Ainda conforme o ministério, outro hospital que recebeu pacientes foi o Federal de Ipanema, na zona sul do Rio. Nessa unidade, o Hospital Municipal Ronaldo Gazolla foi o que mais transferiu pacientes. A direção do HFI trabalha para liberar novos leitos e disponibilizá-los no sistema de regulação do estado

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