Elizeu Pires

Os contribuintes de Paty do Alferes, pequeno município do estado do Rio de Janeiro, arcaram com as despesas de uma viagem de cinco dias a São Paulo, feita em janeiro de 2019 pelo vice-prefeito Arlindo Rosa de Azevedo, sem terem nada a ver com isso. Arlindo gastou R$ 5.131,65 para participar do 37º Congresso Internacional de Odontologia, evento de nenhuma importância para a população. Mas não é só isso. No mesmo ano, em junho, Rosa de Azevedo recebeu R$ 3.078,89, e no sistema da Prefeitura não aparece nenhuma informação sobre para onde o vice-prefeito foi e o que justifica tal pagamento.

De acordo com observadores mais atentos, também não tem havido transparência nos gastos com viagens feitas pelo prefeito Eurico Pinheiro Bernardes Neto, com os valores sendo disponibilizados sem informações complementares, constando apenas o montante liberado como pagamentos de diárias, não constando para onde o prefeito foi e o que foi fazer na viagem.

O caso do vice-prefeito foi apurado pelo Ministério Público, mas ele escapou de um processo por improbidade administrativa. É que, através da Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva (núcleo Vassouras), foi firmado com ele e o prefeito Eurico Pinheiro Bernardes Neto um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), com Arlindo Dentista – como ele é mais conhecido na cidade do tomate – assumindo o compromisso de devolver o valor corrigido aos cofres da municipalidade. Segundo o MP, “ficou comprovado que a participação de Arlindo no 37º CIOSP foi relacionada à sua atividade profissional como dentista, e não ao cargo público que ocupava à época”.

Pelo que está no TAC, Arlindo vai ressarcir aos cofres públicos o valor de R$ 6.902,97, e a administração mmunicipal assumiu o compromisso de “não mais autorizar o pagamento de diárias de viagens a agentes políticos fora das hipóteses previstas em lei e sem que haja a comprovação do benefício ao ente público”.

*O espaço está aberto para manifestação da Prefeitura de Paty do Alferes.

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