Está escondendo o quê, prefeito?

Prefeitura de Queimados comprou mais de R$ 7 milhões em tablets, pagou o total dois dias após a assinatura do contrato e ainda não revelou a quantidade adquirida, marca do aparelho e nem valor unitário

● Elizeu Pires

A gestão do prefeito Glauco Kaizer pagou em dois dias uma compra tablets no valor de R$ 7,3 milhões feita sem licitação, mas parece não ter pressa alguma para revelar quantidade, marca e valor unitário dos equipamentos adquiridos

As contas públicas, como já está explícito, são públicas e devem ser abertas ao controle social dos cidadãos como assim determina a lei, mas ao que parece a legislação não se aplica a Queimados, município da Baixada Fluminense governado há um ano pelo prefeito Glauco Kaizer, um pastor que, segundo alguns evangélicos, foi “escolhido por Deus” para mudar as coisas por lá. Mas se está sobrando ufanismo (vanglória de um grupo auto enaltecendo ações e acontecimentos) na gestão de Kaizer, tem faltado transparência e realizações, competência mesmo, como apontam observadores mais atentos.

Pelo menos é o que sugere o fato de até o final do expediente de ontem (3) a administração municipal não ter disponibilizado na íntegra um contrato de mais de R$ 7 milhões firmado para o fornecimento de tablets aos alunos da rede municipal de ensino. A compra foi feita sem licitação junto à empresa Conesul Comercial e Tecnologia Educacional, cujo dono chegou a ser preso e a ter valores bloqueados por decisão da Justiça da Paraíba, sob acusação de participar de um suposto esquema de corrupção no governo daquele estado.

A aquisição, conforme já foi noticiado pelo elizeupires.com se deu por adesão de ata, mas a origem da tal ata não foi revelada pela Prefeitura, que também não informou a quantidade comprada, marca e valor unitário do equipamento, embora já tenha publicado três edições do diário oficial desde a homologação da compra.

O ato de adesão de ata para compra dos tablets foi publicado em 22 de dezembro e republicado no dia seguinte, com a Prefeitura limitando-se a um extrato com nome do fornecedor e valor global. No dia 28 o contrato foi assinado e dois dias depois apareceu no sistema que registra as despesas empenhadas e pagas pela administração municipal a quitação do total de R$ 7.371.800,00.

*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria.

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