Falta de transparência na compra de R$ 7,3 milhões em tablets pela Prefeitura de Queimados começou na origem, em Minas Gerais

● Elizeu Pires

A aquisição de 6.200 tablets pela Prefeitura de Queimados, ao custo de R$ 7,3 milhões, virou uma novela que parece estar longe de acabar, e – a julgar pela gravidade do assunto -, o final não deverá ser feliz para os personagens envolvidos.

O contrato foi homologado em 28 de dezembro e pago integralmente dois dias depois, mas até ontem (10), segundo informa gente do próprio governo, nenhum aparelho havia sido distribuído aos alunos da rede municipal de ensino, destinatários dos dispositivos comprados da Conesul Tecnologia Educacional, empresa cujo dono chegou a ser preso na Paraíba, no âmbito de inquérito instaurado pelo Ministério Público para apurar um esquema de corrupção que teria sido montado no governo daquele estado.

Embora a empresa já tenha recebido pelos aparelhos, a gestão do prefeito Glauco Kaizer ainda não informou se a totalidade comprada já foi recebida pela Secretaria de Educação. Também não disponibilizou ainda a integra do contrato nem a ata de registro de preços aderida de um consórcio formado por prefeituras do estado de Minas Gerais, a Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Sapucaí (Amesp), sediada em Pouso Alegre, que também não fez as coisas de forma muito clara ao firmar o negócio com a Conesul.

Ata aderida pela Prefeitura de Queimados foi gerada em setembro de 2021 e tem facilidade de 12 meses. É fruto do Pregão 10/21 realizado em agosto do ano passado para atender os municípios associados da Amasp. Tem o valor global de R$ 45.272.500,00 e como objeto a aquisição ou locação de tablets.  O corre que o consórcio limitou-se a publicar um extrato sem divulgar a quantidade a ser fornecida, marca e valor unitário dos equipamentos, exemplo que foi seguido pela gestão do prefeito Glauco Kaizer.

O extrato da ata foi publicado no dia 2 de setembro de 2021, na edição 3086 do Diário Oficial dos Municípios Mineiros (DOMM).

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