Empréstimos nem sempre são pagos dentro do prazo contratado
Em suas duas últimas passagens pela Prefeitura de Casimiro de Abreu Paulo Dames (foto) deixou que a direção do órgão previdenciário dos servidores fizesse aplicações indevidas no mercado financeiro e o resultado foi negativo para o Iprev-CA, que acumulou prejuízos confirmados depois pelo Tribunal de Contas. De volta ao governo, Dames encontrou o caixa do instituto cheio. São mais de R$ 140 milhões e já tem gente buzinando nos ouvidos dele: “Faça um empréstimo, pegue uns R$ 50 milhões e parcele em 120 meses”. Em Angra dos Reis isto já aconteceu. O prefeito Fernando Jordão, conseguiu autorização para usar até R$ 100 milhões dos R$ 600 milhões que o Angra Prev tem para garantir os proventos dos aposentados e pensionistas, se comprometendo a pagar mensalmente uma parcela, mais o repasse patronal e o desconto feito nos contracheques. Porém, os servidores que se sentiram aliviados com o uso dos recursos da previdência própria para pagar salários atrasados e o décimo terceiro, são os mesmos que temem pelo futuro: “E se o empréstimo não for pago?”.
O fundo previdenciário dos servidores municipais de São João de Meriti está à míngua. A Prefeitura deve mais de R$ 500 mil ao Meriti Prev e os aposentados e pensionistas não recebem desde setembro e ainda não viram a cor do décimo terceiro. Para piorar a situação o prefeito João Ferreira Neto, o Dr. João, nem toca no assunto e do jeito que as coisas estão indo não há garantias de que as contribuições previdenciárias patronais serão repassadas com regularidade ao Meriti Previ pela Prefeitura.
Em Mesquita o socorro dos servidores ativos também deverá vir do fundo de pensão da categoria, que sofreu um baque danado na gestão anterior, pois o prefeito Gelsinho Guerreiro deixou de repassar R$ 25 milhões ao órgão, montante correspondente aos repasses dos descontos nos contracheques dos funcionários e a contribuição patronal. De acordo com o atual prefeito, Jorge Miranda, os valores pararam de ser repassados em maio de 2015.
Com cinco certificados de excelência recebidos do Ministério da Previdência Social durante a última gestão, o Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Japeri (Previ Japeri) foi deixado pelo prefeito Ivaldo Barbosa dos Santos, o Timor, com cerca de R$ 87 milhões em caixa, recursos que, com amparo legal, podem ser aplicados para garantir rentabilidade. “Os certificados comprovam a boa gestão do município com os recursos públicos. Para receber o documento Japeri foi aprovado nos 34 critérios estabelecidos no extrato externo dos regimes previdenciários. Tomamos esse cuidado desde o início de nossa gestão em 2009”, disse Timor.