Desperdício em Nova Iguaçu

Jorrando há 20 anos, válvula defeituosa jogou fora mais de um bilhão de litros de água

Por essa válvula escoou o suficiente para encher mais de 500 piscinas olímpicas, estima a concessionária – Foto: Águas do Rio

Imagine uma tubulação jorrando água há 20 anos de forma ininterrupta. Era o que Fabiana dos Santos, de 34 anos, via no seu quintal todos os dias. “Nasci e cresci neste lugar e sempre vi a água correr. Durante muitos anos, ficamos de mãos atadas vendo tanto desperdício. Chegava a sentir um aperto no coração, porque não conseguíamos fazer nada”, contou a moradora de Jardim Guandu.

O vazamento em uma válvula ventosa desperdiçou mais de um bilhão de litros de água ao longo de duas décadas e foi solucionado pela equipe da Águas do Rio, durante uma vistoria técnica, em Nova Iguaçu.

Segundo levantamento realizado pelo Projeto de Perdas da Águas do Rio, o volume perdido seria suficiente para encher 500 piscinas olímpicas, ou para abastecer uma cidade com 74 mil habitantes por 30 dias, o que corresponde a 70% da população de Japeri, por exemplo.

O equipamento que passou por reparos está instalado em uma adutora 1.750 milímetros, classificada como de grande diâmetro e integra o Sistema de Abastecimento de Ribeirão das Lajes, que fornece água para os municípios de Japeri, Nova Iguaçu, Queimados, Paracambi, Itaguaí, e parte da cidade do Rio de Janeiro.

João Batista mora no bairro há mais de 40 anos: “A vizinhança toda conhecia esse vazamento e, infelizmente, ninguém nunca tinha conseguido resolver” – Foto: Águas do Rio

A válvula, que é responsável pela segurança da tubulação, garante a regularidade no abastecimento. Um defeito em sua estrutura provocou o vazamento e o desperdício de forma contínua. “Com a rotina de percorrer as tubulações para identificar possíveis problemas, chegamos a este vazamento, que imediatamente foi reparado por nossas equipes. Realizamos uma manutenção corretiva, substituindo as peças oxidadas e interrompendo esse desperdício de água que durou tanto tempo”, explicou Thiago Pereira, supervisor do Projeto de Perdas da Águas do Rio.

A Rua Evaristo Neves, em Jardim Guandu, tem cerca de 30 residências e o vazamento, que se tornou histórico, fazia parte do dia a dia dos moradores. Um deles, João Batista de Oliveira, de 72 anos, residente do bairro há cerca de 40 anos, ressaltou a importância da ação da concessionária. “A vizinhança toda conhecia esse vazamento e, infelizmente, ninguém nunca tinha conseguido resolver. É bom saber que a Águas do Rio consertou um problema que durou tanto tempo”, contou o aposentado.

Combater as perdas de água tratada tem sido um desafio encarado como prioridade pela Águas do Rio. Além das vistorias diárias, o planejamento da concessionária inclui a utilização do geofone, um amplificador que tem a função de detectar vazamentos não visíveis em ruas e avenidas, escutando o som característico, sinais de vibração ou ruídos nas tubulações. Com o auxílio do aparelho, é possível localizar vazamentos ocultos sem que seja necessário causar danos ao solo. “Nosso objetivo é reduzir o índice de perdas d’água da Baixada Fluminense. Para isso, unimos a tecnologia dos aparelhos utilizados ao preparo dos operadores em campo. Assim, as equipes podem executar reparos de maneira mais assertiva”, explicou o gerente de Operações da Águas do Rio, Leonardo Canto, que atua nos municípios de Nova Iguaçu, Japeri, Queimados, Mesquita e Nilópolis.

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