Com impunidade garantida pelo MPF homem que ferrou o Brasil leva vida de rei em Nova York enquanto o país perde R$ 170 bilhões

Joesley Batista deixou o Brasil 12 horas após prestar depoimento na PGR, onde desmentiu alguma das bravatas contadas ao presidente. Embarcou num Gulfstream 550 particular avaliado em R$ 208 milhões e foi morar em seu dúplex de US$ 38 milhões na Quinta Avenida, em Nova Iork

Só para a quebrada previdência social brasileira a JBS do empresário Joesley Batista (foto) deve R$ 2,3 milhões, sem contar o crédito de R$ 12,8 bilhões conseguido na moleza junto ao BNDES durante as duas gestões do presidente Lula. O governo brasileiro dificilmente vai ser ressarcido, mas nada disso foi levado em consideração pelo Ministério Público Federal na hora de garantir salvo conduto a Joesley – para que ele saísse do país – e, de quebra, lhe assegurar impunidade total, já que Batista não será processado por qualquer crime. O acordo de delação premiada que foi homologado a toque de caixa pelo ministro Edson Fachin (que em 2015 recebeu ajuda de gente da JBS para conseguir no Senado a sua nomeação para o MPF), segundo analistas econômicos, pode levar o país a perder R$ 170 milhões em investimentos em curto prazo, mas Batista não sofrerá nem um pouco com isso. Está morando num dúplex pelo qual pagou US$ 38 milhões, enquanto milhões de brasileiros não tem nem como quitar o aluguel dos conjugados em que vivem.

O ministro Gilmar Mendes criticou a forma com que o MPF conduziu o acordo e pediu que a delação fosse submetida ao plenário do STF, com o que o procurador geral da República, Rodrigo Janot não concorda. Em qualquer pais onde as leis realmente tem valor a delação de Joesley seria anulada, o que se acontecesse por essas bandas levaria o empresário a acertar as contas com a Justiça, coisa que todos os brasileiros gostariam que realmente acontecesse, afinal, além do perdão total ao empresário, saltam aos olhos as situações nebulosas que antecederam a divulgação do acordo da impunidade.

Aos olhos dos brasileiros que analisam os fatos à luz da razão e não com o fígado, está tudo muito esquisito. Primeiro Joesley recebeu  aula de delação ministrada por uma delegada da Polícia Federal e um procurador da República, o que aconteceu em fevereiro. Depois, no dia 6 de março, o procurador Marcelo Miller – ex-braço direito de Janot nos assuntos da Lava Jato – pediu demissão do cargo para se associar ao escritório que defende os interesses da JBS e, no dia seguinte, Joesley fez uma gravação clandestina com o presidente Michel Temer, conversa na qual contou bravatas que desmentiu mais adiante em depoimento no MPF. Para obscurecer ainda mais a coisa, Janot resolveu inserir a tal gravação no inquérito sem submetê-la a perícia técnica.

Se tudo isso não pode ser considerado suspeito, não poderemos levantar suspeita mais sobre nada nessa vida.

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