Servidores da Câmara de Resende ‘vivem’ na estrada

Pelo menos é o que sugerem as diárias com valor fixo pagas todos os meses

Além dos vereadores, que juntos já fizeram dezenas de viagens este ano, os motoristas da Câmara Municipal de Resende, cidade do Sul Fluminense, também estariam “vivendo” na estrada, tal é o volume de pagamento de diárias registrado em nome de quatro servidores, com valor fixo de R$ 1.750,00 ao mês. No período de 7 de fevereiro a 8 de junho o presidente da Casa, Roque Cerqueira da Silva (foto), autorizou o total de R$ 29.750,00, despesa informada no Portal da Transparência do Legislativo apenas como “pagamento de diárias de motorista”, sem revelar os destinos e os motivos das tais viagens ou disponibilizar qualquer justificativa para o gasto.

De acordo com o site oficial da Câmara, foram autorizados em nome Uilian Ramos de Albuquerque quatro pagamentos de R$ 1.750,00, com datas de 15 de fevereiro, 14 de março, 3 de abril e 18 de maio, todos através do processo administrativo 059/2017, enquanto que como em favor de Heliel Heber Ribeiro Frech da Silva o portal mostra cinco pagamentos com o mesmo valor fixo, com datas de 15 de fevereiro, 14 de março, 13 de abril, 11 de maio e 8 de junho, inseridos no sistema como conteúdo do processo 060/2017.

Já em nome de Claudinei Antonio Gomes da Silva o site oficial revela quatro pagamentos c om datas de 7 de fevereiro, 10 de abril, 5 e 24 de maio, todos feitos através do processo administrativo 061/2017 e registrados em nome de Gerson da Costa Simões estão também quatro pagamentos de R$ 1.750,00, datados de 24 de fevereiro, 4 de abril, 5 e 24 de maio, pelo processo 062/2017. Ao todo foram autorizados no período 17 pagamentos de R$ 1.750,00.

O pagamento de valores fixos a servidores indicados pelas câmaras de vereadores como diárias está sendo investigados pelo Ministério Público em várias cidades do estado do Rio de Janeiro. Na última segunda-feira (19) agentes do Grupo de Atribuição Originária Criminal da Procuradoria-Geral de Justiça cumpriram mandado de busca e apreensão na Câmara de Paraíba do Sul, como parte do inquérito criminal aberto pelo MP para apurar pagamento de diárias e horas extras a motoristas da Casa, por viagens não realizadas. Um dos objetivos dessa investigação, segundo foi divulgado pelo Ministério Público, é apurar se o dinheiro apurado com esses pagamentos está sendo desviada para o presidente da Câmara, vereador José Cláudio de Almeida, “Claudão do Povo”.

 

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