Volta do ‘Fantasma’ à cadeia deixa políticos preocupados

Na Prefeitura de Maricá Fernando teve empenhado a favor de empresas suas mais de R$180 milhões

Só em Maricá o faturamento de empresas dele foi de mais R$180 milhões

Preso em agosto por fraudes em licitações na Prefeitura de Campos, Fernando Trabach Gomes voltou a ser detido ontem, desta vez sob acusação de golpe no setor imobiliário, com a venda antecipada de cotas em um hotel que seria construído em Resende, no Sul Fluminense e seu retorno às grades volta a tirar o sono de prefeitos e ex-prefeitos, por conta de possíveis participações indiretas do empresário em contratos de terceirização de mão de obra e direta na coleta de lixo. ‘Fantasma’ – como Trabach tornou-se conhecido por ‘criar’ uma pessoa, ‘batizá-la’ de George Augusto Pereira da Silva e abrir com este nome  empresa GAP Comércio e Serviços -, é visto na Baixada Fluminense como um empreendedor respeitável e atua também no interior e na Região dos Lagos, onde, no município de Maricá, teve mais de R$ 180 milhões empenhados pela Prefeitura em favor de uma de suas empresas em quatro anos. Segundo o MP, a GAP foi criada, “com o objetivo de cometer crimes licitatórios e contra a ordem tributária”. A preocupação é com a possibilidade de Trabach decidir falar sobre o ‘milagre da multiplicação’ e revelar os nomes dos ‘santos’.

De acordo com o Ministério Público, o fictício George “foi usado para vencer licitações em vários municípios do estado e figurou como sócio de dezenas de empresas e outorgante de procurações para atuação junto a bancos, cartórios e prefeituras”. Além do ‘Fantasma’, foram presos ontem Mônica Lima Barbosa (esposa de Trabach), o filho dele, Fernando Trabach Gomes Filho e vários outros acusados. Pelo que foi denunciado à Justiça, Fernando pai e Fernando ficho teriam estruturado uma organização criminosa “para praticar centenas de delitos patrimoniais, por meio do lançamento de diversos empreendimentos hoteleiros, em especial o Supreme Resende Hotéis e Business, que supostamente seria construído em Resende, no Sul Fluminense”.

A promotoria apurou ainda, que “apesar de cientes de que jamais realizariam qualquer edificação em Resende, os três líderes da organização criminosa realizaram pomposos eventos para o lançamento do empreendimento ao público, com ampla divulgação na imprensa, dando início à comercialização de centenas de unidades imobiliárias”.

O MP afirma também que o grupo obteve vantagens indevidas de cerca de R$ 16,7 milhões, com pagamentos realizados por consumidores lesados.  Nessa ação judicial a promotoria pediu, além das prisões preventivas dos envolvidos, o sequestro de contas bancárias e arresto de bens no valor mínimo total de R$ 50 milhões, soma na qual estão incluídos danos materiais e morais causados aos ofendidos.

*Matéria atualizada às 17h22 do dia 25 de novembro de 2017

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