Porto Real: Empresa da Baixada Fluminense vai receber da Prefeitura dinheiro suficiente para transformar a noite em dia

● Elizeu Pires

Veiculada em 15 de agosto de 2022, a matéria Licitação de R$ 12 milhões desperta as atenções para Porto Real dava conta de que o edital da concorrência marcada para 9 de setembro daquele ano, uma sexta-feira, dois dias após o feriado da Independência do Brasil, estava sendo examinado com lupa, pois tinha gente na cidade suspeitando de suposto direcionamento e os radares estavam voltados para uma empresa sediada na Baixada Fluminense.

Não deu outra. O resultado do certame demorou muito para ser conhecido – mais de um ano – e o contrato foi assinado no mês passado. Agora adivinhem com quem? Com a Hashimoto Soluções em Energia, em cujo quadro societário figura o marido de uma companheira política do ex-prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis nas eleições municipais de 2008.

De acordo com o cadastro da empresa junto à Receita Federal, a Hashimoto pertence a Igor dos Reis Luiz Mendes, ex-pregoeiro da Prefeitura de Teresópolis que em 2012 foi denunciado por improbidade administrativa pelo Ministério Público, e a Ricardo Heitor de Jesus, que em 2018 substituiu no quadro a esposa Jandira Cristina Verderame de Jesus, que em 2008 era  tesoureira do PRTB, partido que participou de uma aliança com o então PMDB em torno de Washington Reis, que tentava se reeleger e foi derrotado logo no primeiro turno por José Camilo dos Santos, que naquele ano concorreu pelo PSDB.

A Concorrência 002/2022 tinha o valor global estimado em mais de R$ 12 milhões, e como objeto para a “modernização e expansão do parque de iluminação pública do município”, com instalação de lâmpadas de led. Só que, de acordo com dados da própria Prefeitura, cerca de 90% das ruas da cidade já contam com esse sistema.

Improbidade – Sob o número 063/2023, o contrato da Hashimoto tem o valor de R$ 10.888.553,50 por um ano de prestação de serviços. Foi assinado pelo sócio Igor dos Reis Luiz Mendes, quem em 2012 foi denunciado pelo Ministério Público por improbidade administrativa, ato apurado no período em que ele atuou como pregoeiro da administração municipal de Teresópolis.

Na ação ajuizada o MP responsabilizava Igor, três empresas e seus representantes. A acusação era de um suposto esquema de fraude em licitações para compra de materiais de limpeza. O Ministério Público representou contra a Nova Drize Comércio e Serviços Gerais e seu dono, Leonardo da Rocha; a empresa Serra Plast de Teresópolis Comércio de Embalagens LTDA e seu representante Rodrigo Augusto de Souza Feital, mais a D’Limp Comércio e seu representante Robinson Pereira Nunes de Abreu.

A ação resultou de uma investigação feita pelos promotores de Justiça Silvio Ferreira de Carvalho Neto e Fabrício Rocha Bastos em inquérito aberto para apurar denúncias de irregularidades atribuídas ao Pregão nº 30/2009.

*O espaço está aberto para manifestação da Prefeitura de Porto Real e dos citados na matéria

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