Mesmo com os cofres cheios ex-prefeito deixou déficit financeiro e teve contas reprovadas pelo TCE
A crise financeira que atingiu cidades do pais inteiro não fez nem cócegas em Maricá, município com cerca 160 mil habitantes, localizado na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, mas ainda assim o ex-prefeito Washington Luiz Cardoso Siqueira, o Quaquá (foto), não conseguiu fechar as contas do seu último ano de mandato, deixando um déficit financeiro de R$ 1.550.700,03, uma ninharia para a realidade de uma Prefeitura que só em repasses – assegura o Portal de Transparência do governo federal – recebeu mais de R$ 860 milhões em 2017, primeiro ano da gestão do prefeito Fabiano Horta (PT). O déficit foi apontado pelo Tribunal de Contas do Estado, que na semana passa emitiu parecer contrário às contas do município referentes ao exercício de 2016.
A julgar pela receita que desde 2010 vem aumentando a cada ano, Maricá era para ser um dos primeiros colocados em infraestrutura e qualidade de vida, mas sofre com a deficiência em serviços básicos, como coleta de lixo, escoamento e tratamento de esgoto. Entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano ruas de bairros inteiros ficaram atulhadas de lixo. Em resposta a isso Secretaria de Conservação alegou que dois caminhões coletores teriam se envolvido em acidentes e que 30% dos funcionários faltaram nas escalas de fim de ano, problema que não pode ocorrer em uma cidade considerada pequena para a receita que tem.
De acordo com dados do governo federal, os repasses para a Prefeitura de Maricá começaram acrescer logo no segundo ano do mandato de Quaquá. Em 2009 as transferências somaram R$ 56.911.852,74, passando para R$ 79.730.589,16 no ano seguinte. Em 2011 o total recebido foi de R$ 120.640.370,39 e em 2012 os repasses foram de R$ 171.913.619,46, enquanto em 2013 o município recebeu R$ 221.044.558,25, chegando R$ 312.394.456,40 em 2014. As transferências saltaram para R$ 372.978.662,85 em 2015 e registraram a soma de R$ 407.170.859,35 no último ano de governo de Quaquá.
Se Quaquá não podia falar em crise, seu sucessor muito menos. As transferências totais no primeiro ano de Fabiano Horta chegaram R$ 860.404.066,17, sendo R$ 747 milhões só em royalties do petróleo. Durante os oitos anos da gestão de Quaquá as transferências da Agência Nacional do Petróleo somaram cerca R$ 1,2 bilhão.
Documentos relacionados:
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