MRV acredita em aquecimento das vendas com a criação da Faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida

Com a nova faixa o governo atende a classe média – Foto: Divulgação

A ampliação do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), anunciada na semana passada pelo governo federal, tornou ainda mais favorável o cenário para quem deseja conquistar a casa própria com recursos do FGTS. Agora, famílias com renda mensal de até R$ 12 mil podem financiar imóveis de até R$ 500 mil, com prazos estendidos e condições mais acessíveis. Antes, o teto do MCMV era para imóveis de até R$ 350 mil e o programa atendia famílias com renda de até R$ 8 mil na faixa 3.

Para Viviane Sieiro, diretora executiva comercial da MRV&CO no Rio, a mudança vai impulsionar ainda mais as vendas e contribuir para a redução do déficit habitacional no Brasil. “Há uma parcela significativa da população que não se encaixava nas faixas que existiam até então e que ainda enfrentava dificuldades para financiar um imóvel. Com o anúncio, poderemos atender um público que hoje acaba ficando refém de taxas de juros muito altas no financiamento tradicional”, analisa.

A Faixa 4 deve beneficiar até 120 mil famílias e impulsionar o mercado de habitação econômica. Cerca de 13% do estoque atual da MRV se enquadra na nova categoria – e a expectativa é de aumento na velocidade das vendas. “A alta da Selic encarece o crédito imobiliário tradicional, mas o MCMV garante taxas entre 4% e 10,5% mais TR, sem impacto direto da Selic. Nas faixas mais baixas, os juros reais chegam a ser negativos, considerando a inflação atual”, explica Viviane.

A mudança promete ser um divisor de águas para as construtoras que participam do programa, entre elas a MRV. Hoje, cerca de 90% das vendas líquidas da empresa vêm do programa do governo federal.

“O mercado está reagindo positivamente. A combinação entre políticas públicas, iniciativas estaduais que complementam os subsídios e um ambiente de crédito mais acessível para a população de média renda cria um ciclo virtuoso, que movimenta a economia e reduz o déficit habitacional”, conclui Viviane.

O cenário se torna ainda mais atrativo com o início do calendário de saque do FGTS de 2025, liberado na última sexta-feira. “Com o valor disponível, muitas famílias poderão dar entrada no imóvel ou amortizar parcelas, o que reforça o momento ideal para transformar o sonho da casa própria em realidade”, acrescenta.

A MRV registrou recordes históricos em 2024. Foram quase 40 mil unidades vendidas, com R$ 10 bilhões em vendas líquidas – crescimento de 17,4% em relação a 2023 e de 70,3% em relação a 2022. Do total, cerca de 90% das vendas ocorreram via MCMV.

Enquanto o financiamento pelo MCMV oferece previsibilidade, o aluguel tradicional segue pressionado. Em 2023, os reajustes médios foram de 16%, e em 2024, chegaram a 13,5% – ambos muito acima da inflação. “Quem financia um imóvel pelo MCMV paga, em muitos casos, parcelas mais baixas do que o aluguel na mesma região”, afirma Viviane.