Novo presidente da Câmara de Itatiaia responde na Justiça por contratação de assessores que, segundo foi denunciado pelo Ministério Público, recebiam salários sem trabalhar

Elizeu Pires

Empossado na última quinta-feira (10) como presidente interino da Câmara de Itatiaia, o vereador Alexandre dos Santos Campos, o Tim Campos, foi denunciado ao juízo da Vara Única do município por improbidade administrativa pelo Ministério Público. A acusação é de que ele mantinha nomeadas em seu gabinete três pessoas que, segundo o MP, recebiam salários sem trabalhar.

Segundo vice-presidente da Câmara, Tim Campos ascendeu ao cargo de presidente interino, uma vez que o primeiro vice-presidente, Silvano Rodrigues da Silva assumiu a Prefeitura interinamente no lugar de Imberê Moreira Alves, afastado por decisão judicial. Imberê foi eleito presidente em janeiro, mas deixou a cadeira para Silvano, pois a eleição para prefeito foi anulada e ele, como presidente, foi empossado como prefeito interino.

De acordo com o que foi apurado pelo MP, os assessores Letícia de Souza Bernardo Nascimento e Jorge Nunes de Andrade recebiam salários sem trabalhar, uma vez que exerciam, ao mesmo tempo, atividades laborativas privadas. A ação judicial é resultado de inquérito aberto em julho de 2018 pela Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva (núcleo de Resende) para apurar denúncia de que os dois assessores “não cumpririam regularmente suas jornadas de trabalho e, em troca, repassariam parte de sua remuneração ao vereador Tim Campos”.

Ainda de acordo com o que foi apurado, Jorge, em vez de cumprir expediente na Câmara, trabalhava como pedreiro em obra da empresa Lecran Construções, enquanto Letícia tinha vínculo empregatício ativo com a empresa Andrade e Costa Serviços desde outubro de 2018. Os dois, de acordo com a denúncia da Promotoria, teriam inserido informações falsas nas folhas de ponto, porque não poderiam estar trabalhando em dois lugares ao mesmo tempo.

“No gabinete do réu Tim Campos foi constatada a ausência de duas das quatro assessoras no dia da busca e apreensão, sendo verificado que as folhas de ponto estavam assinadas apenas até os dias 11 e 12 de novembro, demonstrando que não são assinadas diariamente. Com base nas constatações da impossibilidade física da presença de todos os servidores nas salas de trabalho, foi determinada a medição dos referidos ambientes. Nesse sentido, verificou-se que o gabinete do vereador Tim Campos comportaria apenas duas mesas e dois computadores”, diz um trecho da inicial do MP.

Na ação o Ministério Público pede que Letícia devolva R$ 17.513,99 aos cofres públicos, e que Jorge faça o ressarcimento ao erário no total R$ 69.654,02. Quanto ao vereador o MP requer o pagamento de R$ 87.168,01, com valores atualizados.

*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria.

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