● Elizeu Pires
Embora já esteja em seu quarto mandato, o vereador Cristian de Carvalho deverá entrar para o time dos “coronéis de Itatiaia” que não conquistaram a cadeira de prefeito da cidade do Sul Fluminense. É o que profetiza quem acompanha de perto a movimentação na política local, onde o vale-tudo na disputa pelo poder tem incluído “grito” e “marra”, desde que o ex-prefeito Eduardo Guedes, o Dudu, o mais votado, teve sua reeleição anulada pela Justiça Eleitoral em todas as suas três instâncias.
Na avaliação de observadores atentos ao dia-a-dia no Poder Legislativo itatiaiense, com o anúncio da nova data da eleição suplementar madura no pé, a chance de o político sentir o gosto da chefia administrativa local, mesmo que por um curto período, seria assumir o cargo de presidente da Câmara nos próximos dias a fim de ser alçado a prefeito interino no começo de dezembro, o que poderia amenizar a frustração política do moço, considerado com chances remotas de vitória caso resolva tentar a sorte no pleito que se aproxima.
Profundo conhecedor do regimento interno da Casa, Cristian é apontado como o vereador mais preparado do município e, por isso mesmo, vem sendo considerado o nome por trás do “tribunal de exceção” instaurado na Câmara para refazer a mesa diretora, ainda que não seja possível afirmar se a carta na manga do cacique do Solidariedade não seja promover um de seus pares, com chances maiores do que Cristian, na eleição suplementar.
Esta semana, o plenário da Casa de Leis se transformou em uma espécie de praça de guerra com atos contra e a favor da permanência do atual presidente, Imberê Moreira, que poderá retornar ao cargo de prefeito interino nos próximos dias, quando vence o prazo de 180 dias de seu afastamento judicial. Caso não imperem as decisões do “tribunal de Cristian”, outra possibilidade é a Justiça ser acionada para definição do nome do próximo prefeito interino, cargo atualmente ocupado pelo vice-presidente Silvano Rodrigues, o Vaninho.
Seja lá o que for decidido em plenário nos próximos dias, os observadores concluem que o esforço seria para manter o grupo do ex-prefeito Eduardo Guedes no controle do município pequeno no tamanho, mas proporcionalmente enorme em receita, registrando uma arrecadação anual de cerca de R$ 350 milhões ao ano para um universo populacional de aproximadamente 30 mil habitantes.
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