Aliados temem que a administração municipal seja dividida em duas

O prefeito eleito de Belford Roxo, Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho (PMDB), já decidiu: o vice-prefeito eleito Marcio Correia de Oliveira, o Marcio Canella (PSL), não será diplomado como tal para não perder o mandato de deputado estadual, mas vai licenciar-se da Assembleia Legislativa para assumir uma secretaria, tornando-se um super secretário, com amplos poderes, funcionando como uma espécie de segundo prefeito. Entretanto, membros do próprio grupo receiam que o super secretário se transforme em “primeiro ministro” e Waguinho passe a ser apenas uma figura decorativa. “Isto é muito preocupante, porque o vice tem se portado como se fosse ele o prefeito eleito, demonstrando ter muita força sobre o cabeça da chapa. Como um navio não pode ter dois comandantes são muitas a chances de isto vir a não dar certo”, disse agora a pouco um aliado de Wagner.

Embora o prefeito eleito ache que o vice é mesmo “o cara”, a vitória nas urnas no dia 30 de outubro é resultado do esforço de um grupo e não das ações de um companheiro de chapa mais adepto da força, da pressão, do faça o que eu mando, do que do diálogo e da aglutinação de forças. “Mesmo diante de uma crise terrível o atual prefeito e seus secretários tiveram grande participação nas eleições, talvez com mais peso do que o vice e os seus, pois o jeito do vice fazer política mais espalha do que aglutina”, completa o aliado.

A desconfiança sobre a durabilidade desta união é tão grande que quem apostava que a lua de mel entre o prefeito e o vice não completaria um ano agora acredita em apenas seis meses de união, pois o bolo é pequeno e não farinha nem fermento para fazê-lo crescer o suficiente para saciar todos os que esperam ser convidados para a festa.