Seria a reação do prefeito contra pedido de cassação de um empregado seu
O prefeito de Silva Jardim, Anderson Alexandre, anunciou nesta quarta-feira a exoneração de todos os nomeados em cargos de Direção e Assessoramento Superior (DAS), segundo ele, “para realinhar a base do governo”. O “realinhamento”, entretanto, está sendo visto como resposta a um grupo de parlamentares que defende a cassação do mandato do vereador Roni Luiz Pereira, o Roni da Alexandre, que foi afastado da presidência da Câmara pelo Tribunal de Justiça, em processo no qual é acusado de peculato. Muitos dos exonerados teriam sido nomeados por indicação de vereadores e Anderson estaria usando as demissões como instrumento de pressão para que o possível processo de cassação de Roni – que é funcionário do prefeito em uma rede de drogarias – não seja posto em votação.
Além da cassação de Roni, revela uma fonte ligada ao Poder Legislativo, haveria na Câmara um movimento para a abertura de uma comissão de inquérito contra o prefeito, para apurar supostas irregularidades. Anderson já responde a várias ações na Justiça, inclusive sobre fraudes em processos licitatórios e a presença de Roni na Câmara é um trunfo e tanto para ele. O empregado do prefeito presidiu o Legislativo de janeiro de 2013 a outubro deste ano e nunca deixou tramitar uma denúncia sequer contra Anderson Alexandre.
O processo contra Roni foi proposto pelo Ministério Público, que o acusa de ter contratado de forma ilegal o Instituto Nacional Escola Superior de Administração Pública (Inesap), para realizar um concurso público que aconteceria em 2016 e que acabou não sendo realizado. O Inesap foi contratado sem licitação, recebeu R$ 25 mil dos cofres da Casa, cobrou taxas de inscrição nos valores de R$ 65 e R$ 100, mas o processo seletivo acabou cancelado por decisão de Roni, sem a devolução dos valores recebidos aos candidatos.
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