Ex-prefeito de Caxias se propaga como “Rei da Baixada” para se impor junto ao governo estadual e nos municípios do interior
● Elizeu Pires
No último dia 15 de novembro o presidente estadual do MDB, Washington Reis esteve em Araruama para abonar a ficha de filiação de uma pré-candidata a prefeita. Na mesma data lá estava o presidente do Republicanos e prefeito de Belford de Belford Roxo, Wagner dos Santos Carneiro, saudado com menos entusiasmo que Reis. O que a claque encomendada não sabe é que Waguinho só é pequeno na estatura física, pois em musculatura política e percentual de votos entorta o homem que se acha mais poderoso que o governador Claudio Castro, que lhe deu o emprego de secretário de Transportes.
Reis teve cinco mandatos de deputado que foram conquistados com o total de 354.106 votos. Em 1994 foi eleito deputado estadual pelo PSC com 13.291, sendo o terceiro menos votado naquele ano. Em 98 foi reeleito com 33.026, dessa vez pelo PSDB e com apoio do então prefeito José Camilo dos Santos, o Zito, de quem era vice. Quatro anos depois, já no hoje MDB, ele obteve o terceiro mandato consecutivo para a Alerj, com 64.688 votos. Em 2010, depois de ter cumprido um mandato de prefeito para o qual foi escolhido por 51,91% dos eleitores, conquistou um mandato de deputado federal com 138.811, votação que caiu para 103.190 em 2014.
Percentuais menores – Washington Reis entrou para a vida pública bem antes de Waguinho, mas a performance do prefeito de Belford Roxo supera em muito ao do “dono” do MDB no estado do Rio de Janeiro, proporcionalmente falando: Waguinho foi eleito prefeito em 2016 com 56,99% dos votos apurados. Nesse mesmo ano Reis conquistou seu segundo mandato de prefeito, somando 54,18% e foi reeleito em 2020 com 52,55%, enquanto Waguinho deu um banho, chegando a 80,40% da votação computada.
Como se não bastassem os números maiores para prefeito em termos percentuais, o prefeito de Belford Roxo conseguiu eleger a primeira dama Daniela Carneiro deputada federal em 2016 com mais que o dobro da votação obtida por Gutemberg Reis, irmão de Washington, que somou 54.573 contra os 136.286 conferidos a Daniela, que voltou a atropelar Reis na reeleição, chegando a 213.706 votos em 2022, enquanto Gutemberg somou R$ 133.612, ou seja, a votação de Daniela em dois pleitos encosta na conferida a Washington Reis nos cinco mandatos de deputado por ele conquistados.
Matéria relacionada:
