Terça-feira, o Dia D de Clébio Jacaré

● Elizeu Pires

Clébio Lopes Pereira, mais conhecido como Jacaré, é um empresário que cresceu com os volumosos contratos firmados com o setor público ao longos dos anos. Hoje ele tem negócios até no exterior, mas desde 2018 vem tentando se firmar como político, buscando um mandato para chamar de seu, embora não dependa disto para nada.

Já perdeu duas eleições para deputado e agora está disputando a Prefeitura de Nova Iguaçu. É o nome do União Brasil para tal, mas está na condição de “Indeferido em prazo recursal ou com recurso”, situação que se prevalecer não lhe assegura a votação que possa vir a obter no próximo domingo (6), pois esta só será validada se a sentença que o colocou na condição em que ele se encontra for derrubada.

O recurso contra a decisão do Juízo da 156ª Zona Eleitoral que indeferiu a candidatura de Jacaré está na pauta de amanhã (1) do Tribunal Regional Eleitora, e alguns operadores do Direito não apostam numa vitória dele nesta terça-feira , mas ainda assim ele poderá ser votado, desde que ingresse com mais um recurso, agora do Tribunal Superior Eleitoral.

Para negar o registro a Jacaré o juiz Gustavo Quintanilha Telles de Menezes acatou o pedido de impugnação impetrado pelo Ministério Público, que apontou que o candidato do União Brasil apresentou apenas uma certidão na Comarca de Nova Iguaçu, da qual constam sete anotações criminais, enquanto existem outros 17 processos, entre eles uma ação na 1ª Vara Especializada em Crimes de Organização Criminosa.

Na representação o MP acrescentou que o empresário “apresenta uma vasta lista de processos, cujos crimes imputados são gravíssimos, além de ter dezenas de denúncias de práticas de propaganda antecipada e irregular nessas eleições e passadas”.

E é aí que a porca torce rabo, pois o MP não mudou de opinião, e no Tribunal não haveria um clima favorável ao impugnado, pois o que reinaria por lá, como bem observou o jornalista Ricardo Bruno em seu blog, é o entendimento de que “não apenas a lei da ficha limpa deve ser observada, mas, igualmente, o direito de o eleitor votar sem qualquer tipo de coação”, como tem ocorrido em alguns bairros onde o crime organizado costuma fazer prevalecer suas vontades.

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