● Elizeu Pires
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Em 2020, mesmo sabendo que não tinha respaldo jurídico para buscar nas urnas um terceiro mandato consecutivo, o então prefeito de Itatiaia, Eduardo Guedes, o Dudu, insistiu em disputar as eleições. Foi o mais votado e não conseguiu assumir. Sua teimosia e falta de bom senso contribuíram para mergulhar o no município numa situação de insegurança jurídica.
Em pouco mais de um ano Itatiaia teve três prefeitos interinos, dois deles afastados pela Justiça, e muitos escândalos, inclusive com operações policiais. Por conta de uma série de recursos impetrados por Dudu, a eleição suplementar só aconteceu em março de 2022 e a cidade foi seriamente prejudicada.
Situação semelhante se verifica agora em Itaguaí. Em 2024, embora se encontrasse na mesma situação de Dudu, o prefeito Rubem Vieira de Souza, Dr. Rubão, foi para a disputa. Ganhou no voto, mas, como já era esperado, perdeu todos os recursos impetrados contra sua impugnação. O processo dele está no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que suspendeu, sem maiores explicações, o julgamento final que estava marcado para 4 de fevereiro. No meio jurídico ninguém acredita numa revirada de Rubão, e os políticos locais de bom senso esperam que ele “caia em si” e pare de impetrar recursos que, na opinião de gente que entende do assunto, só servirão para esticar o governo interino e implantar insegurança.
“Não é nada razoável pedir bom senso a alguém que já entrou no jogo sabendo que ele seria anulado, mas continua repedindo as mesmas jogadas. Porém seria ótimo para o município se ele aceitasse a derrota na Justiça e deixasse as coisas seguirem o curso normal”, diz um conhecido político local.
A impugnação de Dudu em Itatiaia se deu porque ele era presidente da Câmara de Vereadores, e em agosto de 2016, com a cassação do prefeito Luis Carlos Ypê, assumiu a Prefeitura, onde se manteve por ter sido eleito na eleição de outubro daquele ano.
Rubão também era presidente da Câmara e, em julho de 2020, se tornou prefeito por conta da cassação de Carlo Busatto Junior, o Charlinho. Naquele ano, em novembro, foi eleito para o cargo, mas entendei que poderia ser reeleito para mais um mandato em 2024.
*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria
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