● Elizeu Pires
Passados 20 dias desde a compra de R$ 7,3 milhões em tablets para os alunos da rede municipal de ensino feita sem licitação pela Prefeitura de Queimados, a administração municipal ainda não disponibilizou no que o prefeito Glauco Kaizer chama de Portal da Transparência, a íntegra do contrato e da ata de registro de preços, com o governo fazendo segredo sobre a quantidade de equipamentos adquiridos, marca e preço unitário, embora já tendo pago o valor global do contrato, a soma de R$ 7.371.800,00.
A falta de informações impede o controle social garantido a todo e qualquer cidadão por força de lei, mas isso não parece incomodar nem um pouco aos membros da Câmara de Vereadores, que até agora não deram um passo sequer para obrigar o governo a abrir a caixa-preta da aquisição dos equipamentos. O que se comenta nos meios políticos locais é que o Poder Legislativo não exerce o papel fiscalizador, e que seus membros optariam pelo silêncio para não perderem os cargos que teriam ganho no Poder Executivo para abrigar cabos eleitorais.
O caso dos tablets foi revelado em 24 de dezembro na matéria Queimados: Empresa citada em esquema de corrupção na Paraíba ganha contrato de mais de R$ 7 milhões sem licitação na Prefeitura. No mesmo dia a secretária de Comunicação Dayane Aragoso fez contato telefônico com o elizeupires.com, prometendo enviar uma nota oficial com os devidos esclarecimentos, o que não aconteceu até hoje.
Além de omitir informações sobre a quantidade, marca e preço unitário, a Prefeitura de Queimados ainda não informou quantos aparelhos já foram entregues pela Conesul, que levou apenas dois dias para firmar o contrato e receber o pagamento. Conforme já foi revelado, o contrato foi homologado no dia 28 de dezembro e o pagamento realizado no dia 30.
*O espaço está aberto para manifestação da Prefeitura de Queimados.
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