
Policial que investigou o prefeito afastado levou Ferrari para propriedade de irmã e teve dois irmãos nomeados no governo interino
O agente da Polícia Federal Alexandre José Aranha de Siqueira Lima vai ter de explicar ao Ministério Público Federal porque a Ferrari usada pelo prefeito de Itaguaí, Luciano Mota (sem partido) foi levada para um galpão de propriedade de sua irmã em vez de ficar acautelada na PF. A Ordem dos Advogados do Brasil resolveu cobrar a atuação do MPF nesse sentido, pois Aranha, que participou ativamente das ações da Polícia Federal na cidade durante as investigações sobre um grande esquema de fraude e desvio de dinheiro atribuído à gestão de Luciano, teve dois irmãos nomeados para o primeiro escalão do novo governo. O prefeito interino Weslei Pereira nomeou Carlos Alberto Aranha de Siqueira Lima para a Secretaria de Esportes e Luís Felipe Aranha de Siqueira Lima para a Secretaria de Governo, o que sugere, no entender de advogados, que o agente teria interesse no afastamento de Luciano Mota.
Se o policial mostrou estreita ligação com o prefeito interino e prestígio suficiente para ter dois irmãos nomeados, ele foi um dos quatro maiores doadores de campanha (pessoa física) para o prefeito afastado. Consta da prestação de contas feita por Luciano Mota à Justiça Eleitoral em 2012, uma doação de com R$ 11.850,00, contribuição de Alexandre José Aranha de Siqueira Lima.
Responsável pela decisão que afastou o prefeito cautelarmente, o desembargador Paulo Espírito Santo, do Tribunal Regional Federal, entende que só fato de a Ferrari apreendida ter sido levada para um galpão irmã do policial bastaria para levar a operação ao descrédito.
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