Impeachment atingiu em cheio Garotinho e Carlos Lupi

O ex-governador Anthony Garotinho e Carlos Lupi lutaram pelo ‘não’ ao impeachment

Líderes do PDT e PR viram desvanecer o sono de assumir ministérios

Em baixa desde a derrota logo no primeiro turno em 2014 (quando disputou o governo do estado do Rio de Janeiro), o ex-governador e ex-deputado Anthony Garotinho vinha sonhando com um cargo no primeiro escalão do governo federal, um ministério ou uma secretaria com status de. Para tanto, nos últimos 15 dias, estava seriamente empenhado em conseguir votos para ajudar a barrar o processo de impeachment da presidente Dilma Roussef na Câmara. A licença médica da filha Clarissa Matheus foi um voto indireto a favor de Dilma e o pai dava como fava contada o “não” do deputado Paulo Feijó, sobre quem julgava – pelo menos até sábado – ter controle absoluto. Deu “ruim” para o “todo-poderoso” da República do Chuvisco: Feijó pronunciou um rotundo “sim” e para derrubar de vez a pretensão de Garotinho o deputado Alfredo Nascimento (PR-AM), renunciou na hora a presidência nacional do partido para não se ver obrigado a cumprir o acordo da bancada: votou pela continuidade do processo contra a presidente da República. A votação história de ontem, além de servir para passar o Brasil a limpo, mostrou a Garotinho que ele não manda nem na casa dele, pois 26 parlamentares do PR votaram sim, 10 não e um faltou à sessão (Clarissa).

No mesmo saco de gatos, Carlos Lupi – que se coloca como dono do PDT e da consciência dos parlamentares eleitos pela legenda fundada por Leonel Brizola – ameaçou expulsar do partido quem votasse a favor do processo de impeachment de Dilma Roussef, pois já havia negociado com o governo e o ex-presidente Lula que a bancada pedetista inteira se posicionaria contra. Se for mesmo essa coca-cola toda que pensa ser, Lupi vai ter que expulsar seis dos 19 parlamentares de seu partido, promessa que ninguém acredita que irá cumprir, pois vai precisar do time completo para tentar garantir uma boquinha em um possível governo de Michel Temer.

Garotinho vem perdendo força no comando da legenda há muito tempo. Jorge Picciani, presidente da Assembleia Legislativa que o diga: tirou alguns deputados do PR e tudo indica que comanda totalmente os que ficaram, já que Rogério Lisboa e Renato Cozzolino Harbe só fazem o que Picciani mandam, mas a desobediência verificada ontem em Brasília e a declaração do deputado Paulo Feijó (PR-RJ), deixam claro que Anthony William Matheus de Oliveira já teve muito mais força.

Segundo Feijó ele e Garotinho tiveram uma conversa “muito ruim”, pois Anthony tentou mudar sua posição a favor do impeachment. Paulo assegurou que foi chamado para uma reunião com pessoas do seu partido e que lhe convidaram a conversar com Dilma Rousseff e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.  “Me convidaram para ir na Dilma, no Lula. Eu disse que não perdessem tempo comigo, não. Fiquei chateado com isso. Começaram a divulgar que eu tinha mudado minha posição. Quero andar de cabeça erguida”, afirmou Paulo Feijó.

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