
Gelson comanda a única secretaria que vem mostrando serviço
Entrando no oitavo mês de sua terceira gestão como prefeito de Rio das Ostras, Alcebíades Sabino já começa a ser comparado com seu antecessor e levando desvantagem. Para algumas lideranças comunitárias, a administração municipal está parada e a única secretaria que vem mostrando ações positivas é a de Serviços Públicos, comandada pelo vice-prefeito Gelson Apicelo. O que se teme é que esse terceiro mandato de Sabino seja igual aos outros dois, que ficaram marcados por caras obras de fachada, uma baleia supérflua e denúncias de superfaturamento que resultaram em processos por improbidade administrativa, com a Justiça decretando o bloqueio de bens do prefeito e de secretários.
Enquanto os titulares das demais pastas ficam dando trombadas um no outro, parecendo perdidos numa administração sem ações efetivas, a Secretaria de Serviços Público vai carregando o governo nas costas, cuidando da manutenção da cidade e dos serviços básicos, mantendo equipes de trabalho nas ruas o dia inteiro. “A impressão que temos é de que o governo de Sabino se resume apenas a Secretaria de Serviços Públicos. Isso deveria envergonhar o prefeito, mas parece que Sabino não se sente incomodado em nada, pois não cobra mais empenho dos demais secretários”, diz Walter Dias dos Santos.
Segundo prefeito eleito na história de Rio das Ostras, Sabino governou de 1º de janeiro de 1997 a 31 de dezembro de 2004, pois foi reeleito em 2000 para mais quatro anos. Em 1999 Rio das Ostras, por conta dos royalties do petróleo, foi incluída entre os 10 municípios brasileiros que mais arrecadam, mas no último ano da segunda gestão de Sabino estava está na 1.169.ª posição no ranking nacional do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Entre 1999 e 2004 a cidade recebeu de royalties cerca de R$ 1,3 bilhão, mas foi deixada por Sabino sem infraestrutura, pois recebeu apenas obras de fachada e em 2004 não existia saneamento básico para 80% da população.
Em 2002, por exemplo, o Tesouro Nacional registrou que a Prefeitura tinha R$ 203 milhões em caixa, livres de dívidas, dinheiro que poderia ter sido usado para resolver muitos problemas. Considerando que a população nada ganhou de efetivo e funcional nos dois anos seguintes, a receita pode ter sido esgotada no ralo do desperdício, o que pode ser constatado no projeto de reurbanização da orla da Costa Azul, que ganhou piso de porcelanato e uma baleia jubarte em tamanho natural.