Prefeito de Itaboraí paga mais caro para cumprir acordo de campanha

Aluguel de máquinas ficou por R$ 1 milhão a mais. É a farra do boi na cidade

Denunciado no dia 6 de julho pelo elizeupires.com, o processo licitatório aberto pela Prefeitura de Itaboraí para locação de caminhões e máquinas pesadas, na modalidade pregão presencial, mais que para suprir uma necessidade do município, teria sido para resgatar um compromisso de campanha firmado pelo prefeito Helil Cardoso (PMDB) com um grupo que o apoiou durante a disputa eleitoral, vencida por uma diferença de apenas 1.311 votos.

Com pouco mais de dez meses de governo Helil já enfrenta vários problemas e está na mira do Ministério Público por conta de uma série de denúncias. A informação de que o contrato com a Engepark fora para cumprir o “acordo de campanha”, foi confirmada por pelo menos dois vereadores, mas na Câmara Municipal ninguém se pronunciou ainda sobre uma possível investigação e tudo indica que não o fará, pois o prefeito tem o apoio de ampla maioria na Casa Legislativa.

A licitação, já homologada pelo prefeito, foi vencida pela empresa Engepark, tendo a Comissão de Permanente de Licitação (CPL) desclassificado uma concorrente, que apresentou proposta com uma diferença, a menor, de R$ 1 milhão. Trata-se da empresa Heringer, que tem frota própria, contratos com várias prefeituras da região e se propôs a prestar o mesmo serviço cobrando R$ 3,9 milhões por ano, contra os R$ 4, 9 milhões cobrados pela vencedora do processo licitatório.

Para algumas lideranças comunitárias, a nova gestão vem mantendo práticas antigas na hora de gastar o dinheiro do povo e pelo menos no caso da licitação em que o martelo foi batido em favor da Engepark, os integrantes da Comissão Permanente de Licitação ignoraram os critérios da economicidade e do menor preço determinados pela legislação. Além de passar por cima desses princípios, a Prefeitura também ignorou o recurso impetrado pela empresa desclassificada, embora a Heringer tivesse apresentado todos os documentos que a legislação exige de uma empresa que se propõe a participar de um processo licitatório. De acordo com um empresário local, a falta de transparência verificada durante a gestão do prefeito Sérgio Soares continua no município.

Mesmo tendo sido informado de que a empresa desclassificada apresentou uma proposta economicamente bem mais vantajosa para o município, o prefeito Helil Cardoso não tomou nenhuma providência.

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