Inércia da gestão de Álvaro Cabral deixa moradores revoltados
Entrando em seu 12º mês como prefeito, o médico Álvaro Cabral (PRB), considera que ainda não teve tempo para nada ou de fazer quase nada, mas, com olhar crítico, os valencianos mais atentos o condenam. Reprovam, inclusive, o “quase nada” de uma gestão que reputam como “muito ruim”, por conta, por exemplo, do descaso com setores como o de ensino, onde até o básico, a merenda escolar, Álvaro tem deixado faltar. O “quase nada” é condenado pelo estado em que se encontra a Rua Getúlio Vargas, que mais parece uma estrada de chão da zona rural. O quadro nada mais é do que o reflexo da falta de atenção do poder público, que deixou a população, literalmente, vivendo na poeira há mais de três meses, o que tem causado problemas de saúde em grande parte dos moradores, por conta de uma obra iniciada e não concluída.
Os mais indignados dizem que esses primeiros onze meses fizeram a cidade experimentar situações pelas quais os valencianos jamais pretendiam passar. “Temos um prefeito nota zero, uma administração muito ruim. Joguei meu voto fora. Estou muito decepcionado com o Álvaro Cabral”, afirma José Antonio Araújo que, como dezenas de moradores de Valença, depende de medicamento de uso contínuo, garantido por decisão judicial e que há seis meses não é fornecido pela Secretaria Municipal de Saúde. “Nem decisão judicial esse prefeito respeita”, completa.
Se os moradores têm avaliado de maneira negativa o trabalho do prefeito, o Ministério Público está atento ao que as lideranças comunitárias apontam como “desmandos”. O caso da falta de merenda abalou a cidade, pois houve situação em que a Prefeitura chegou a entregar apenas oito batatas para alimentar 160 crianças. “Eu sei que ele encontrou a Prefeitura bagunçada, só que o básico, como a merenda, por exemplo, ele poderia ter feito”, é o que acredita Geisiane Pereira Celestino.
Além da falta de ações efetivas por parte da administração municipal, os moradores questionam também a “falta de palavra” de Álvaro, que durante a campanha prometeu que tiraria da Cedae e devolveria ao controle do município o serviço de abastecimento de água entregue de graça à estatal na gestão do prefeito Vicente Guedes. A Cedae não atende direito à população e os moradores dizem que ainda danifica vias públicas e deixa tudo esburacado. Moradora da Rua Getúlio Vargas, Ana Amélia não está gostando nada do estado da via. “A Cedae veio aqui, quebrou e deixou a rua neste estado terrível. A gente reclama, vai à Cedae, na Prefeitura, e ninguém faz nada. É só jogo de empurra”, protesta.
A Cedae que destrói vias, que cobra caro por um serviço ruim, é a mesma que parece ter feito o prefeito mudar de opinião, pois Cabral já não fala mais em expulsar a estatal da cidade, palavra que repetia várias vezes em seus discursos de campanha. “A água é péssima. Eu tive que colocar purificador na minha casa porque não tinha condições de consumir”, fala a moradora Vanda Macedo.
Para o comerciante Mozart Nascimento, morador da localidade de Quirino, a situação é mesmo de abandono. “O prefeito não está fazendo nada. No meu bairro, por exemplo, está tudo abandonado. Se você andar descalço na rua pode até pegar bicho de pé. O meu comércio está fechado por causa disso”, afirma Mozart.
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O que esse prefeito está fazendo é uma tremenda covardia.
Quando o Ministério Público vai enquadrar esse cara? Quando Valença acabar?