Limpeza terceirizada também sai caro para Guapimirim

Marcos Aurélio já tem problemas com a Justiça por causa de mão de obra terceirizada, mas parece que quer mais

Auxiliar de serviços gerais estaria custando R$ 3.161,44, mas salário que aparece como base na planilha da empresa contratada pela Secretaria de Educação é de R$ 1.077,80

Não é apenas a mão de obra fornecida pela empresa Rio de Janeiro Serviços ao município de Guapimirim que está custando caro aos cofres da municipalidade. A planilha de custos apresentada pela Oliveira Dutra Soluções Integradas – vencedora do Lote 1 do Pregão 64/2016, realizado em setembro para terceirização dos serviços limpeza, conservação, copa, cozinha e de vigias para as unidades da rede municipal de ensino -, também revela que os trabalhadores terceirizados para atuarem na limpeza das escolas e creches estariam custando muito mais do que recebem no fim do mês. É o caso, por exemplo, da função de encarregado de limpeza, que aparece na planilha com salário base de R$ 1.346,34 e com um custo final de R$ 3.821,67.

De acordo com dados do processo administrativo 1556/2016 – iniciado em fevereiro e só concluído no mês passado com a contratação das empresas Rio de Janeiro e Oliveira Dutra – a terceirização de mão de obra para a Secretaria de Educação foi orçada em R$ 4,4 milhões. Do total R$ 2.034.213,10 estão empenhados em favor da Rio de Janeiro (que tem um contrato de quatro meses) e R$ 1.454.690,88 para a Oliveira Dutra, contratada por exatos três meses e 21 dias. A planilha da segunda empresa aponta um custo final de R$ 3.161,44 mensais para a função de auxiliar de serviços gerais, que aparece com vencimento de R$ 1.077,80.

A terceirização de mão de obra pela Prefeitura de Guapimirim já rendeu ao prefeito Marcos Aurélio Dias um processo por improbidade administrativa, mas parece que ele não aprendeu a lição. Em abril do ano passado uma licitação marcada para contratar a instituição que iria fornecer 960 funcionários foi adiada por decisão judicial a pedido do Ministério Público. Na época a terceirização era feita através da Ong Obra Social São João Batista, antiga Casa Espírita Tesloo – contratada inicialmente na gestão do prefeito Renato da Costa Mello Junior, o Junior do Posto, por R$ 34 milhões ao ano – e que permaneceu faturando na gestão de Marcos Aurélio, que chegou a ser afastado em decisão tomada pelo juiz da 2ª Vara, Rubens Soares Sá Viana Junior.  O MP sustentou que o prefeito descumpriu uma decisão judicial que proibibia novos pagamentos à Ong e fez repasses no total de R$ 5,6 milhões entre outubro e dezembro de 2014 e pagou mais R$ 4,5 milhões no início de 2015, quando estava impedido pela Justiça de fazer essas transferências.

O prefeito tem sido procurado para falar sobre o assunto, mas a informação passada é de que ele não tem aparecendo no gabinete.

 

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