Ex-secretário do governo Witzel tinha R$ 6 milhões escondidos em casa

Para o MP o governador tentou blindar Edmar Santos mantendo-o como secretário extraordinário, mas a Justiça barrou a nomeação

Apontado pelo Ministério Público como um dos cabeças de uma organização criminosa que desviou milhões de reais dos cofres do governo estadual com contratos firmados sem licitação feitos em nome do enfrentamento do corovavírus, o ex-secretário de Saúde do Rio, Edmar Santos, um tenente-coronel da ativa da Polícia Militar e representante do que se identificava como “nova política”, tinha R$ 6 milhões guardados em casa. Acondicionado em mala e sacolas, o dinheiro foi encontrado em uma das casas de Santos, um dos homens de confiança do governador Wilson Witzel, mas o valor total ainda não foi confirmado, pois a contagem ainda não havia sido concluída.

O ex-secretário foi preso em seu apartamento, na Zona Sul do Rio, mas só saiu de lá depois que os agentes da Delegacia Fazendária – que atuaram em apoio ao Ministério Público – depois de terem sido cumpridos mandados de busca e apreensão em alguns endereços ligados a ele. Por ser oficial da Polícia Militar, ele foi levado para uma unidade prisional da corporação em Niterói.

Ao todo a gestão de Edmar na Secretaria Estadual de Saúde firmou contratos emergenciais que somam R$ 1 bilhão e já foram apontados superfaturamentos em vários deles. De acordo com o Tribunal de Contas do Estado, são várias irregularidades, incluindo pagamentos antecipados para itens que levaram três meses para serem entregues e por equipamentos que até hoje não foram entregues.

A prisão de Edmar ocorreu num desdobramento da Operação Mercadores do Caos, na qual já tinham sido presos o subsecretário executivo de Saúde Gabriell Neves e mais dois membros do esquema de fraude desmontado pelas investigaçõees do Ministério Público.

O MP apurou que a organização criminosa de dois comandantes, Gabriell e o próprio Edmar, que por pouco não ganhou foro privilegiado. O governador Wilson Witzel, no que foi visto como tentativa de blindagem, tentou nomear Edmar para o cargo de secretário Extraordinário, função criada especialmente par Santos.

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