Foragido desde agosto de 2018 ex-prefeito interino de Mangaratiba foi preso na Zona Sul do Rio, onde estava morando

Há mais de dois anos fugindo da Justiça, o ex-presidente da Câmara e ex-prefeito interino de Mangaratiba Vitor Tenório dos Santos, o Vitinho (foto), foi preso na noite de ontem (20), na Lagoa, bairro da Zona Sul da capital fluminense. Ele teve prisão decretada em agosto de 2018, quando governava o município e concorria a prefeito pelo PDT na eleição suplementar. Vitinho é réu em processo gerado a partir de investigação do Ministério Público, que apurou irregularidades em gastos com viagens de vereadores.

Para prender Vitinho foi montada uma operação no dia 31 de agosto de 2018, da qual foram também foram alvos o então o vereador Edison Ramos e do ex-presidente da Câmara Pedro Bertino Jorge Vaz, mas ele escapou. Os três foram denunciados  por dispensa indevida de licitações e desvio de recursos públicos na contração de viagens para vereadores e servidores da Casa para supostamente participarem de cursos, seminários e convenções em cidades turísticas do Nordeste.

Pelo que foi apurado o trio autorizou, em sete anos,  6.691 diárias a si próprios, para outros membros da Câmara e funcionários. As viagens eram contratadas a pretexto de participação em eventos e cursos realizados nos finais de semana em cidades como Salvador, Maceió, Fortaleza, Recife, Natal e Porto Seguro.

O MP apurou que “tais eventos não tinham relação com o interesse público, servindo para mascarar a real finalidade dos pagamentos – promover indevido acréscimo remuneratório aos agentes em detrimento aos cofres públicos, além de vantagem econômica a empresários beneficiados pelo esquema criminoso”. Só para 2018 estava autorizado um empenho de R$ 1 milhão para essa finalidade.

Os eventos foram contratados institutos e empresas, entre eles Cebas, Cetram, Cebras, Ibram, Ceplan, Cebam, Falcão Centro de Capacitação e Treinamento e Idap.  As investigações do MP começaram a partir de relatórios nos quais o Tribunal de Contas do Estado apontou “fortes indícios de malversação de recursos públicos, no que tange às despesas realizadas pela Câmara Municipal de Mangaratiba com eventos de capacitação fora do Estado do Rio de Janeiro, com perpetuação deliberada do dano ao erário”.

Em 2016 o elizeupires.com publicou uma série de matérias sobre as viagens dos vereadores, todas questionadas pelo Tribunal de Contas, que nunca recebeu uma resposta merecedora de crédito.

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