Agora proibida de operar com o poder público, empresa do grupo de Mário Peixoto fez contratos de cerca de R$ 680 milhões com a Prefeitura de Caxias, mas até hoje acumula pendências com ex-funcionários

● Elizeu Pires

Denúncias que levaram Mário Peixoto à prisão encurtaram a carreira política do ex-juiz Wilson Witzel, que havia prometido acabar com a corrupção no governo fluminense

Esta semana o juiz Bruno Bodart, da 10ª Vara de Fazenda Pública da Capital, determinou o bloqueio de R$ 42,5 milhões do empresário Mário Peixoto e de outros investigados por suspeita de envolvimento em suposto esquema de corrupção no governo do estado do Rio de Janeiro, uma ninharia se o valor for comparado com a soma empenhada nos contratos e termos aditivos firmados com a Prefeitura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense entre 2013 e 2018 por um das empresas do grupo de Mário, a Atrio-Rio Service, que passou a funcionar com outro nome – Gaia Service – e foi proibida pelo mesmo magistrado de firmar novos contratos com o poder público.

Apesar de ter movimentado muito dinheiro, a Atrio-Rio – que é citada em investigações nos ministérios públicos federal e estadual – acumula ações trabalhistas pelo estado a fora. São 488 processos ao todo, tramitando em varas da Justiça do Trabalho no Rio, Duque de Caxias, Campos, Itaboraí, Itaguaí, Maricá, Nova Friburgo, Nova Iguaçu e Queimados. A maior parte das reclamações foi ajuizada nas 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª e 7ª varas de Duque de Caxias, onde os valores de contratos com a Prefeitura e termos aditivos somam R$ 679,7 milhões.

Consórcio – Além dos contratos individuais de 2013, 2014, 2015, 2016, 2017 e 2018 que chegaram aos cerca de R$ 680 milhões, a Atrio-Rio teve participação no Consórcio Mais Saúde Caxias, formado por ela e a Captar Cooper Cooperativa de Multiservicos Profissional, além das empresas Divino Sabor Alimentos e ACI Serviços Médicos, que firmou contratos com a administração municipal que totalizaram R$ 251 milhões.

Pelo que o elizeupires.com apurou, a Atrio-Rio Service teve os dois últimos últimos aditivos firmados com a Prefeitura de Duque de Caxias já na gestão do prefeito Washington Reis, quando foram assinados pelo então secretário de Saúde José Carlos de Oliveira dois termos no valor de R$ 143.305.597,44 cada um, com a empresa sendo representada na assinatura dos termos adtivos por Cassiano Luiz da Silva, que foi preso junto com Mario Peixoto na Operação Favorito, em maio do ano passado.

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