Prefeito de Maricá denunciado por expor aviões a perigo

Bloqueio determinado por Quaquá impediu pouso de emergência e avião caiu no mar no dia 21 de outubro de 2013

Bloqueio de aeroporto provocou as mortes de um piloto e de um juiz federal

Cerca de três anos depois da morte do instrutor de voo Adelmo Louzada de Souza e de seu aluno, o juiz federal Carlos Alfredo Flores da Cunha, o Ministério Público Federal denunciou à Justiça o prefeito de Maricá, Washington Luiz Cardoso Siqueira, o  Quaquá (PT) e o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Lourival Casula Filho, acusando-os de cometerem ao menos quatro vezes o crime de expor aeronave a perigo. O MPF também responsabiliza os dois, que – a pretexto de impedir que o aeroporto da cidade continuasse sendo usado por uma escola de pilotagem e uma empresa de manutenção de aviões – determinaram o bloqueio da pista do aeródromo com viaturas da Guarda Municipal, pelas mortes, pois com a obstrução Adelmo e Carlos Alfredo foram obrigados arremeter o bimotor que pilotavam, o que ocasionou a queda do avião no mar.

Para o MPF, “a atuação dos acusados na manutenção do aeródromo de Maricá afetou a segurança oferecida para aeronaves e tripulantes, culminando com a morte de duas pessoas em 2013”. Na ação, distribuída no Tribunal Regional Federal da 2ª Região, o MPF pede que a fixação da pena por esse crime leve em consideração a morte de um piloto e seu aluno, o que pode acrescentar à pena entre dois e cinco anos de prisão.  De acordo com o MPF, outras ocorrências e acidentes aéreos sem fatalidades foram registrados no aeroporto, que foi transferido para a administração do município em 2012, a pedido de Quaquá.

“Os denunciados não só orientaram os agentes municipais a criarem embaraços para os pilotos que insistiam em realizar manobras no aeroporto de Maricá, como possuíam pleno conhecimento de sua atuação, já que diversos foram os relatos feitos, não só pelas vítimas, como pelos próprios órgãos de fiscalização e regulação do setor, como a Anac”, afirma o procurador regional da República Carlos Aguiar, destacando que “os servidores da Anac chegaram a ser impedidos de entrar no aeródromo, demonstrando a truculência e descompromisso com a segurança pública.”

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