Jovem de Resende é taxado de delinquente e vagabundo pelo prefeito

O prefeito Diogo Baleiro saiu em defesa do guarda municipal. Disse que o agente agiu de forma correta

Que ainda acha que agente da guarda municipal agiu certo agredindo o rapaz

Quando não por gestos e ações, é por palavras. Dessa forma que o prefeito Diogo Balieiro Diniz vem caindo em desgraça junto à população de Resende e, ao que parece, não dá a mínima importância para isso. Esta semana, por exemplo, vazou o áudio de uma conversa entre ele e o comandante da Guarda Municipal, César Ricardo Aureliano Laurindo, na qual garante que nada iria acontecer a um agente da corporação filmado por um cidadão quando agredia um jovem que supostamente teria sido flagrado usando drogas em público. Além de defender o ato, dizendo que o guarda agira de forma correta, o prefeito classificou o jovem de “vagabundo”, “delinquente” e “usuário de drogas”. Na conversa Balieiro ainda disse que não iria permitir que se fizesse nada contra o agente, inclusive que se criticasse a ação em rede social, como se ele tivesse poder para isso. “Esse rapaz está perdido. O poder o transformou. Ele esta achando que é dono da cidade e que pode mandar no povo”, diz um aliado estarrecido com a posição do prefeito.

As acusações gravadas pelo próprio prefeito e veiculadas pela imprensa local são o desdobramento de um vídeo divulgado no final de junho em que um guarda municipal agride um adolescente  durante uma abordagem em uma praça no centro da Cidade. Nos áudios, Balieiro endossa a ação do agente, mas não informa a identidade do suposto delinquente tampouco os motivos pelos quais ele não foi conduzido para a Delegacia Policial já que estaria usando drogas em praça pública. O caso gerou polêmica nas redes sociais e deverá ser investigado pelo Ministério Público e pela Comissão de Direitos Humanos da Alerj.

“Tá com pena do vagabundo, leva o vagabundo pra casa, cuida do vagabundo”, diz o prefeito em um dos trechos de sua fala ao apoiar a ação do guarda e afirmar que o rapaz seria um usuário de drogas, um vagabundo delinquente: “O guarda fez o trabalho dele e muito bem feito”, completou Balieiro. A postura do agente também chegou a ser aplaudida por uma parcela da população que costuma apoiar a violência policial como uma espécie de “mal necessário” à crescente onda de violência nas cidades brasileiras. Mas no caso de Resende, ao que tudo indica, nem estes argumentos são contundentes já que a Polícia Militar não teria sido chamada ao local para registrar a ocorrência e apreender a suposta droga que segundo o prefeito estaria sendo consumida pelo rapaz. Nas imagens, o suposto infrator também não esboça qualquer resistência física que pudesse justificar o uso da força por parte do agente público.

Enquanto o caso é investigado, Balieiro parece se perder em polêmicas. Duas delas teriam ocorrido durante supostas abordagens feitas pelo próprio prefeito há algumas semanas. Sob a alegação de “preservar a ordem” o prefeito, de arma na mão, teria expulsado um jovem durante uma abordagem no Parque das Águas, no bairro Jardim Jalisco, e outro em uma pista de skate na região da Grande Alegria – os episódios foram negados por assessores do prefeito. Por outro lado, o que não foi possível negar foi a investida do alcaide contra um pé de boldo há algumas semanas em pleno pátio da sede administrativa municipal. Diogo, em posse de um facão, decepou a planta debaixo dos olhos dos servidores, episódio que rendeu piadas nas redes sociais e críticas de ambientalistas pelo “assassinato” do pé de boldo.

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