Prefeito do PSOL é condenado por abuso de poder

Gelsimar Gonzaga disputou a reeleição este ano, mas seus votos não foram validados pela Justiça Eleitoral

MP acusou uso da máquina administrativa para fins eleitorais e a Justiça acatou

Único prefeito eleito pelo PSOLno estado do Rio de Janeiro, Gelsimar Gonzaga foi condenado por abuso de poder econômico e político. Com ele também foi sentenciado o secretário municipal de Agricultura, Rildo Correa Arruda. Ambos foram declarados inelegíveis por oito anos pela Justiça, que acatou denuncia da 106ª Promotoria Eleitoral. De acordo com o processo, Gelsimar e Rildo autorizaram o uso de máquinas, caminhões e servidores da Prefeitura para realizar melhorias em propriedades rurais particulares do município, com a finalidade de “angariar votos” em “propriedades de prováveis eleitores”.

As investigações apontaram que “os fatos foram praticados nos meses de junho e julho de 2016, já próximo ao período eleitoral, o que demonstra a gravidade da conduta”. Segundo o MP, “numa diligência realizada em julho no sítio Bela Vista e Conceição, no distrito de Jaguarembé, por exemplo, fiscais identificaram o uso de uma retroescavadeira da prefeitura, realizando limpeza do açude do proprietário. O operador da máquina confirmou que o equipamento era do município”.

O prefeito e o secretário chegaram a alegar que as autorizações de uso dos equipamentos fariam parte do programa Emater Rio, que estava paralisado desde o início deste ano. “E, como bem apontou o Ministério Público, com relação ao abuso de poder econômico, cumpre anotar que em ata do Conselho Municipal de Agricultura, datada de 16 de abril de 2014, já se revelava o propósito abusivo dos representados, no sentido de beneficiar somente seus apoiadores e, com tal conduta, cooptar eleitores…”, diz parte da decisão tomada pelo Juízo da 106ª Zona Eleitoral.

Gelsimar disputou a reeleição este ano, mas não teve computados os 3.733 votos conferidos a ele, que concorreu com o registro indeferido. O vencedor foi o candidato do PMDB, Manoel Faria.

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