Esforço do governador para manter Washington Reis no cargo levanta suspeitas entre os aliados mais atentos

● Elizeu Pires

Alguns aliados entendem que Reis deveria poupar o governador do desgaste

O que o ex-prefeito de Duque de Caxias tem de tão importante para merecer todo esse esforço que está sendo feito para mantê-lo no governo? É isso que alguns aliados que não conseguem entender a insistência do governador fluminense, Claudio Castro, em manter Washington Reis no comando da Secretaria de Transportes, embora se comente, desde a semana passada, que a portaria que exonera o político – com direito a um “a pedido” – já estaria pronta. Também se pergunta se Reis teria algum “trunfo” escondido na manga, pois vem ganhando todas a jogadas até agora, como se estivesse no controle da mesa.

A “teimosia” de Castro, na opinião de alguns aliados, “está gerando um desgaste desnecessário”, repetindo uma situação verificada no ano passado, quando, mesmo em situação de inelegibilidade, o ex-prefeito bateu os pés para ser o candidato a vice-governador, relutando em renunciar até a última hora.

O Tribunal Regional Eleitoral havia indeferido o registro da candidatura de Reis por conta de uma condenação a sete anos e dois meses por crime ambiental, mas o ex-prefeito se impôs como candidato assim mesmo, só renunciando depois de muita pressão por parte de partidos aliados, que queriam definir logo a chapa.

O afastamento de Reis da Secretaria de Transportes foi pedido pelo Ministério Público, que se baseou na legislação estadual que impede a nomeação de agentes políticos que estejam em situação de inelegibilidade. Apesar de esse dispositivo legal estar em vigor há mais de dez anos, a Procuradoria Geral do Estado alegou ser esse impedimento inconstitucional,

Tal parecer foi emitido no âmbito do processo em que a juíza Luciana Lousada Albuquerque Lopes, da 13ª Vara de Fazenda Pública da Capital, concedeu prazo de cinco dias para o governo estadual se manifestar sobre o pedido de saída do ex-prefeito feito pelo MP.

“Vejo isso como um esforço inútil e realmente desnecessário. A presença de Washington no governo não é tão importante para o estado como ele próprio pensa que é. O governo ficaria bem melhor sem a presença de um político com o histórico dele. Vai chegar o momento em que o governador vai ter que agir, já que o ex-prefeito não parece disposto a sair por decisão própria’, avalia um peso pesado da política na Baixada Fluminense, região que parece ser vista por Reis como propriedade particular.

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